Bastidores da Política - 26 a 28 de fevereiro 2011

Situação e oposição fazem avaliação positiva sobre a presença de secretários na Câmara Durou cerca de sete horas as duas sessões específicas realizadas pela Câmara quinta-feira, 24, na qual vários secretários municipais estiveram presentes para fazer a prestação de contas sobre as ações governamentais que estão sendo realizadas para a reconstrução de Nova Friburgo, a cidade serrana mais afetada pela devastação climática de janeiro. Além dos cinco secretários convidados - Hélio Gonçalves Corrêa (Obras), Luiz Cláudio Ferreira (Projetos Especiais), Marcelo Verly (Educação), Jamila Calil (Saúde) e Carlos Antonio Maduro (Assistência Social) -, o prefeito Dermeval Neto surpreendeu e, acompanhado de todos os demais integrantes da linha de frente da administração municipal, apareceu para abrir o debate público no Legislativo. “A presença do prefeito sinaliza que o governo municipal não tem nada a esconder. Muito pelo contrário. Além dos cinco secretários chamados, Dermeval pediu que todos os outros também fossem juntos e se colocassem à disposição para prestar todas as informações solicitadas. Isso é histórico”, avaliou o líder do governo na Câmara, Jorge Carvalho (PMDB). “Todas as informações foram prestadas pelos cinco secretários ouvidos e complementadas pelo Procurador da Prefeitura, Hamilton Sampaio”, acrescentou. Autor da proposta das duas sessões específicas, o vereador oposicionista Cláudio Damião (PT) disse que “embora tenha ficado muita coisa sem resposta, até porque o tempo foi curto, as sessões tiveram grande valor e importância porque abriram espaço para que a população tivesse informações mais encontradas” sobre as ações governamentais pós-tragédia. “A Câmara é um espaço público para este tipo de debate”, destacou. “A participação popular foi ótima. Durante todo o tempo tivemos uma grande presença de pessoas assistindo aos debates. Foi positivo”, complementou. Doação feita por brasileiros é usada para quitar imóvel onde serão construídas casas populares O prefeito Dermeval Neto assinou na manhã desta sexta-feira, 25, o cheque de desapropriação do terreno da Fazenda da Laje. O imóvel será utilizado pelos governos federal, estadual e municipal para a construção de cerca de três mil casas populares destinadas aos desabrigados e desalojados da tragédia climática ocorrida em janeiro. O recurso utilizado pelo governo municipal para quitação do imóvel, no valor de R$ 544 mil, foi obtido através da conta de ajuda aos desabrigados S.O.S Nova Friburgo (Banco do Brasil – AG. 0335-2, C/C. 120.000-3), que recebeu doações de todo o país. Ministro do Trabalho volta ao município neste sábado O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), estará de volta à Nova Friburgo neste sábado, 26. Nesta terceira visita ao município depois da tragédia climática de janeiro, o ministro terá encontro com agricultores na Ceasa de Conquista, pela manhã e, em seguida, às 12h, é aguardado para um encontro com empresários na sede da Associação Comercial, no centro da cidade. Carlos Lupi, além de fazer uma nova prestação de contas à população friburguense sobre as ações já adotadas, deve anunciar medidas para contemplar os empresários e trabalhadores friburguenses. O tema principal do encontro, porém, será a demora na liberação da linha de crédito do BNDES para os empresários serranos. Deputado propõe à CPI da Alerj ouvir Marinha sobre a devastação climática Membro da CPI da Assembleia Legislativa criada esta semana para apurar as responsabilidades de agentes políticos e públicos em face do desastre climático ocorrido nos municípios da Região Serrana, o deputado friburguense Rogério Cabral (PSB) - foto - propôs que a Marinha do Brasil, que teve participação importante e decisiva no socorro às vítimas da tragédia, seja chamada a colaborar com a comissão. O pedido do parlamentar para que a Marinha envie mapas geográficos e climáticos foi aprovado por unanimidade na sessão de abertura da CPI. Segundo o autor da proposta de criação da CPI e presidente da mesma, deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), a comissão pretende “levantar as causas, as responsabilidades, as ações mitigadoras e as instituições que vão apoiar a reconstrução dos municípios atingidos”, disse. Ainda segundo ele, “a CPI visa fazer um estudo profundo de todas as causas que levaram a essa grande tragédia, que chegou a mais de 900 mortos e 400 desaparecidos”. Luiz Paulo garantiu que a comissão vai “verificar as causas ligadas à estrutura ambiental do solo urbano, às questões relativas ao desmatamento, à geologia, à geotécnica, à hidrologia, à ocupação irregular do solo, à densidade demográfica e às políticas fundiárias e de habitação. Sem contar com as políticas de prevenção. Queremos o cumprimento e a existência de planos diretores, definindo esses usos e ocupações e, principalmente, mas não só, a verificação de todos os investimentos na última década”, destacou.