Bastidores da Política - 21 e 22 de abril 2011

domingo, 31 de julho de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Heródoto não volta dia 25 Prefeito afastado divulga nota oficial na qual destaca:“não autorizo ninguém a marcar a data do meu retorno” A indagação voltou a tomar conta do cenário político friburguense durante a semana: é fato ou boato que o prefeito afastado, Heródoto Bento de Mello (PSC), reassumirá o mandato na próxima segunda-feira, 25? A resposta é negativa, mais uma vez — ou seja, as insinuações feitas nos últimos dias por herodotistas não passaram mesmo de um novo boato. Em nota assinada e distribuída à imprensa na noite de terça-feira, 19, HBM enfatizou: “Não autorizei ninguém a marcar a data da minha volta”, disse. “Continuo me dedicando a meu tratamento de saúde e preparando a equipe para reassumir o governo municipal. Assim que estiver totalmente recuperado e os médicos me liberarem para o trabalho, farei questão de informar, eu mesmo, aos friburguenses, o dia do meu retorno”, destacou. Em alusão às declarações do prefeito Dermeval Neto publicadas em A VOZ DA SERRA no último dia 16, Heródoto esclareceu que quando vier a reassumir o mandato “não terá festa, nem banda e nem coquetel”. “Não é momento de brincadeiras. Tenho certeza de que contarei com todos os friburguenses nesta importante missão [de reassumir a Prefeitura e reconstruir o município]”, acrescentou. Paralelamente à nota oficial, o porta-voz do prefeito afastado, o publicitário Alexandre Meinhardt — juntamente com o ex-secretário de Governo e braço direito do prefeito afastado, Braulio Rezende — ratificou que Heródoto ainda aguarda o sinal verde de seus médicos particulares para reassumir suas funções na Prefeitura. Segundo ele, HBM permanece em tratamento médico em seu apartamento, na Rua Ariosto Bento de Mello, mas o quadro clínico do prefeito afastado “tem evoluído positivamente a cada dia”. Heródoto está afastado do governo desde setembro passado, quando sofreu um acidente numa estação ferroviária de Lausanne, na Suíça. Nesse período de sete meses, HBM permaneceu cinco deles internado no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. Em quatro oportunidades a Câmara concedeu pedidos de licença médica, porém, rejeitou os últimos dois, porque a maioria dos legisladores friburguenses entende não haver informações “transparentes e confiáveis” sobre o real estado físico e mental de Heródoto. Nem a criação de uma comissão especial do Legislativo, amparada pela contratação de uma junta médica, foi capaz de desvendar o enigma. No período de afastamento, o grupo intitulado “Amigos de Heródoto” divulgou para emissoras de televisão imagens editadas durante a internação de HBM ainda no Rio; um áudio foi posteriormente reproduzido numa emissora de rádio e, em seguida, uma entrevista foi divulgada à mídia impressa. Contato direto com os jornalistas? Nenhum, por enquanto. Durante a reclusão para tratamento médico, o prefeito afastado foi visto em público em duas oportunidades. Ele esteve recentemente na festa de aniversário do empresário Braulio Rezende, num sítio em Amparo e, no último dia 17, quando a Igreja Católica comemorou o domingo de ramos e, Heródoto — acompanhado de familiares e amigos — participou da missa celebrada no Colégio Nossa Senhora das Dores. Numa cadeira de rodas, HBM confessou e depois recebeu a hóstia sagrada das mãos do padre Flávio Vieira Jacques — pároco da Igreja de São Roque, em Olaria, e capelão do CNSD —, que celebrou a missa no fim da manhã. Em suma: a única coisa certa sobre Heródoto neste momento é que ele não volta no dia 25, desmentindo os boatos disseminados por seus correligionários. No mais, como diz o dito popular, o futuro a Deus pertence! Câmara quer saber em qual figura jurídica HBM se encaixaria: prefeito afastado ou licenciado? O caso HBM continua monopolizando as atenções políticas na cidade e também nas reuniões do Legislativo. Boatos e desmentidos ocorrem a todo instante. Na sessão de terça-feira, 19, voltando ao polêmico assunto, o plenário aprovou requerimento de informações apresentado pelo vereador Luciano Faria (PDT) para que a própria procuradoria da Câmara elabore — por escrito — um detalhado parecer opinando sobre a situação jurídica na qual Heródoto Bento de Mello se encaixaria: prefeito licenciado ou afastado? No requerimento de informações ao departamento jurídico da Casa, aprovado por nove votos a um, os vereadores também indagam se HBM teria condições legais para reassumir seu mandato de prefeito quando estiver liberado pelos médicos para retomar as atividades laborais. O autor do requerimento espera que o parecer técnico solicitado esteja pronto até a próxima quinta-feira, 28, quando ocorrerá a próxima sessão ordinária da Câmara. Segundo Luciano Faria, depois da Câmara ter rejeitado duas vezes os novos pedidos de licença médica de HBM e ele não ter obrigatoriamente se reapresentado na Prefeitura, poderá ser discutido um eventual pedido de vacância do cargo ou outra medida legal contra o político octogenário. Caso isto ocorra, o prefeito em exercício, Dermeval Neto, seria efetivado pela Câmara. Porém, isto certamente desencadearia uma reação de HBM nas esferas do Judiciário. "A cidade não pode continuar com essa instabilidade política, precisamos de uma definição. Do jeito que as coisas estão indefinidas atrapalham Nova Friburgo na luta para se reerguer da tragédia de janeiro", avaliou Luciano. O requerimento de informações, além do autor, teve os votos dos vereadores Jorge Carvalho (PMDB), Reinaldo Rodrigues (PPS), Nami Nassif (sem partido), Cláudio Damião (PT), Pierre Moraes (PDT), Marcos Medeiros (PTB), Edson Flávio (PR) e Isaque Demani (PR). O presidente da Câmara, Sérgio Xavier (PP), pelo regimento interno da casa, só votaria em caso de desempate, mas, após a votação, revelou ser favorável à aprovação. Renato Abi-Râmia (PMDB) foi voto vencido e o vereador Manoel Martins (PSB) não estava presente. A Câmara só voltará a se reunir no dia 28. A sessão da próxima terça-feira, 26, foi transferida para 3 de maio, quando acontecerão duas reuniões ordinárias subsequentes. A transferência de data foi motivada pelo fato de quatro vereadores terem assumido previamente agendas no Rio de Janeiro, impossibilitando o quorum mínimo para a abertura dos trabalhos no plenário do Legislativo.
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