Bastidores da Política - 21 de outubro.

Heródoto renova licença médica e fica afastado por mais 15 dias O vídeo exclusivo com as primeiras imagens e o depoimento do prefeito licenciado, Heródoto Bento de Mello (PSC), ganharam o mundo na internet, através desta coluna e também pelo Informe A Voz da Serra, da Luau TV. As imagens inéditas tomaram conta de Nova Friburgo nesta quarta-feira, 20. Ontem, quando o assunto ainda efervescia, o secretário municipal de Governo, Braulio Rezende, visitou mais uma vez o prefeito licenciado no Hospital Samaritano, no Rio, onde Heródoto permanece internado desde 29 de setembro, após retornar da Suíça, onde sofreu um acidente na estação ferroviária de Lausanne. “Um novo pedido de licença médica do prefeito está sendo apresentado à Câmara”, disse Braulio Rezende, respondendo pelo telefone a indagação sobre o fim do prazo da licença anterior, que se expira hoje, 21. O novo atestado médico também é assinado pelo médico Marcos Benchimol, que está assistindo Heródoto desde o seu retorno ao Brasil, é válido por 15 dias, e deverá ser aprovado pelos vereadores na sessão da Câmara de hoje, 21. Ou seja: enquanto o prefeito licenciado continuar afastado, o vice-prefeito permanecerá governando o município. Braulio Rezende disse ainda que o estado de saúde do prefeito Heródoto “está melhorando a cada dia”, mas que o médico particular dele reiterou que ele só receberá alta depois de concluído todo o tratamento médico, que garanta não haver possibilidade de uma eventual recaída no quadro. Ele repetiu uma frase utilizada numa entrevista ao Bastidores da Política, publicada na edição do último fim de semana. “A pressa política que alguns querem ter não pode atrapalhar a medicina. O prefeito voltará assim que houver todas as garantias médicas”, frisou. Ficha-suja tirou vaga de Rogério Cabral, mas PSB recorrerá ao TSE para reverter situação A validação dos 10.284 votos do candidato Claudiocis da Ambulância (PSL) foi fundamental para que o deputado estadual Rogério Cabral (PSB) tenha perdido neste momento a cadeira na Alerj para Átila Nunes (PSL), na legislatura 2011/2014. Pivô da polêmica, Claudiocis está incluído no rol de políticos ficha-suja, mas seu registro está sendo questionado pelo Ministério Público Eleitoral no TSE em Brasília. O caso também se inclui no processo judicial em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a validade da lei de iniciativa popular, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, que analisa se valerá ou não para o pleito deste ano. No STF, há um empate de 5 a 5 e a decisão ficará nas mãos do 11º ministro, a ser nomeado pelo presidente Lula em novembro, após o segundo turno das eleições presidenciais. O partido de Rogério Cabral, PSB, deve entrar ainda nesta semana com um questionamento legal no TSE para reverter a validação dos votos do candidato Claudiocis da Ambulância. O ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia e presidente regional do PSB, deputado federal reeleito Alexandre Cardoso, disse ontem, 20, que o partido irá às últimas consequências jurídicas para que o político friburguense recupere a condição de candidato reeleito à Alerj, conquistada em 3 de outubro. A ocupação das 70 cadeiras da Assembleia Legislativa e 46 vagas da bancada do Rio de Janeiro na Câmara Federal para a legislatura 2011/2014, inclusive, pode sofrer novas alterações até dezembro. Isto porque, existem 134 questionamentos de registros de candidatos à Alerj e outros 70 para a Câmara Federal que ainda precisam ser julgados no Tribunal Superior Eleitoral. A cada decisão diferente da situação das candidaturas pendentes (votos zerados ou não em 3 de outubro), haverá necessidade de se fazer uma nova retotalização, o que, em tese, mudará o quociente partidário e, consequentemente, poderá alterar a lista original de eleitos. Uma confusão eleitoral, sem dúvida. Bispo emérito friburguense assina nota da CNBB recomendando voto em quem defende a vida A Regional Leste 1 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – que engloba os 21 bispos do estado do Rio de Janeiro – divulgou nova nota oficial recomendando o voto no segundo turno da eleição presidencial em quem “defendeu e defende o valor da vida desde a sua concepção até o seu término natural com a morte”. Entre os religiosos que subscrevem a nota está o bispo emérito de Nova Friburgo, dom Rafael Llano Cifuentes (foto). Na nota, os bispos renovam “a nossa crítica ao PNDH-3 (Programa Nacional de Direitos Humanos), mesmo depois de ter sido retirada a proposta da legalização do aborto”. A assessoria da Arquidiocese do Rio garante que não tem ligação a divulgação da nota com o evento realizado esta semana, no qual intelectuais e juristas anunciaram apoio à candidata do PT, Dilma Rousseff. Segundo assessores religiosos, a divulgação da nota assinada pelos bispos já estava prevista há tempos. A nota insiste que a “Igreja Católica não tem partido ou candidato próprios”, mas “incentiva, agora mais do que nunca, a dar o voto a quem respeita os princípios éticos e os critérios da moral católica, indicados na doutrina social da igreja”. Apesar de os bispos dizerem que a Igreja é apartidária, a nota volta a criticar a 3ª versão do Plano Nacional de Direitos Humanos, ou seja, a apresentada pelo governo Lula. Para os bispos, de nada adiantou o governo modificar o plano retirando a proposta da legalização do aborto porque, segundo eles, “foi falaciosamente indicada como questão de saúde pública”.