Arquivo de Notícias
Bastidores da Política - 21 de dezembro.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Glauber: “Os grupos políticos não podem
formatar as suas estratégias à revelia da vontade popular”
os 28 anos de idade, Glauber Braga (PSB) já pode ser considerado um político experiente. Além de ter tido participação na linha de frente do governo Saudade Braga, entre 2001 e 2008. Entre 2009 e o início deste ano, ocupou a vaga de deputado federal como suplente. Em 3 de outubro, novamente candidato à Câmara dos Deputados, obteve uma votação histórica. Já diplomado, Glauber assumirá seu mandato em Brasília em 1º de fevereiro de 2011. Nesta entrevista, ele fala sobre vários assuntos. Um deles, a estratégia dos adversários para tentar esvaziá-lo na campanha. “Fico muito satisfeito em saber que os grupos políticos não podem formatar as suas estratégias à revelia da vontade popular”, reage.
BASTIDORES DA POLÍTICA - O senhor obteve 57.549 votos na eleição de outubro de 2010, sendo que 36 mil deles aqui em Nova Friburgo. Muita gente achava que o senhor só tinha ficado como suplente nas eleições passadas por causa da Prefeitura. Como vê esse resultado?
GLAUBER BRAGA - Fiquei muito feliz com o resultado. Alguns políticos da cidade realmente disseram que a minha candidatura seria um fracasso por não estarmos mais na Prefeitura. Além disso, ainda houve também uma clara tentativa de dividir o voto local com a colocação de seis candidaturas. Não guardo mágoa, mas fico muito satisfeito em saber que os grupos políticos não podem formatar as suas estratégias à revelia da vontade popular.
BASTIDORES – O senhor também conquistou uma ótima votação em diversos municípios. Dos 92 municípios do Rio, só não recebeu votos em quatro deles. A que se deve esta performance?
GLAUBER - Deve-se à forma que trabalhamos no período de um ano como federal (2009/2010) e que extrapolou as barreiras de Friburgo e da nossa região. As pessoas não estão acostumadas com um deputado que presta contas nas praças, que discute com as comunidades como as verbas devem ser aplicadas. Outras regiões ficaram sabendo do que estava acontecendo aqui e gostaram da ideia.
BASTIDORES - Durante o tempo em que permaneceu como suplente de deputado federal e também na campanha, o senhor bateu sempre na tecla da importância da participação popular e da prestação de contas. Agora, eleito, serão suas prioridades no exercício do mandato?
GLAUBER - Eu não sei mais fazer política de outra forma. Decidir coletivamente pode ser mais trabalhoso, mas traz um resultado muito mais sólido. Quando as pessoas fazem junto contigo, elas também se comprometem com os resultados. Vou aprofundar esse trabalho. Já temos até novas ideias, que em breve serão apresentadas.
BASTIDORES - Durante o tempo em que assumiu o mandato como suplente, também adotou o processo inédito de emendas participativas. Como funcionava esse projeto? A população continuará discutindo para onde serão destinadas as verbas anuais de seu gabinete?
GLAUBER - A emenda participativa é uma ideia simples: O deputado federal apresenta propostas ao Orçamento da União. Por que ele deve resolver sozinho como essas verbas devem ser aplicadas? É preciso que os moradores do município interessado sejam ouvidos e ajudem a tomar a decisão. É simples, mas pouco praticado. Vamos continuar com esse trabalho e ampliá-lo em tudo o que for possível, inclusive na área geográfica abrangida.
BASTIDORES - Uma outra marca durante o tempo em que o senhor ficou como suplente foi a prestação de contas em praças públicas. Esta medida será mantida no seu mandato?
GLAUBER - Mantida e ampliada. A minha esperança é que um dia todos os políticos prestem contas publicamente dos seus atos. Essa é uma das formas de melhorar a qualidade do voto. Fazendo com que as pessoas tenham uma maior capacidade de cobrança, mas se sintam também responsáveis pelas decisões públicas.
BASTIDORES - O senhor foi diplomado como deputado federal eleito no último dia 16, e sua posse efetiva acontecerá em 1º de fevereiro. O que fará neste intervalo?
GLAUBER - Pode não parecer, mas para que uma verba seja liberada percorre-se um longo caminho. Estou trabalhando junto aos Ministérios para que a vontade expressada pelas milhares de pessoas que se manifestaram nos nossos encontros possa ser materializada com bons projetos. Estou buscando garantir a maior quantidade possível de investimentos, obras mesmo, para Friburgo e região. Esse é um trabalho que não para nunca.
BASTIDORES - O senhor já tem algum projeto em mente para ser apresentado?
GLAUBER - Nós estamos chamando o primeiro projeto que eu vou apresentar de Lei do Banquinho. É uma referência às audiências que fizemos nas praças. Ela tem como objetivo obrigar aos políticos de mandato que prestem contas dos seus atos em espaços públicos. Se nós fizemos, todos podem e devem fazer.
BASTIDORES - O senhor apoiou a presidente eleita, Dilma, o senador eleito Lindberg e o governador reeleito, Sérgio Cabral. Acredita que esta aliança atenderá às necessidades e interesses de Nova Friburgo e região?
GLAUBER - Não tenho dúvida. Esse esforço conjunto das várias esferas só pode trazer resultados positivos. Estou muito confiante.
BASTIDORES - O senhor tem apenas 28 anos. O que a população de Nova Friburgo e a do Centro-Norte Fluminense podem esperar de um político jovem em Brasília?
GLAUBER - Em primeiro lugar podem ter a certeza de que vou continuar sendo o político que anda na rua, que não se esconde. Podem também ter a certeza de que acredito nessa tarefa que eu estou desempenhando como um meio para construir algo de bom. O poder é passageiro. Agora, o que de bom se constrói com ele pode ser de natureza duradoura. E, finalmente, quero convidar a todos para que trabalhem comigo. Conheço as dificuldades de se enfrentar mazelas como a desigualdade social, por exemplo. Mas eu sei também que a solução de todos esses problemas está em mãos se trabalharmos juntos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Deixe o seu comentário