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Bastidores da Política - 20/10/2012
sábado, 20 de outubro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Ascensão e quedaBem antes do efetivo início da campanha eleitoral em Nova Friburgo tinha-se uma certeza: a candidatura de Saudade Braga era imbatível. Depois de cumprir dois mandatos consecutivos e diante da catástrofe política que se tornou sua sucessão na Prefeitura, eram favas contadas: retornaria ao cargo de prefeita de Nova Friburgo, com o pé nas costas. Conseguira arregimentar para suas fileiras aquele que, em sua última campanha, havia sido seu principal adversário político: Olney Botelho.As pesquisas iniciais feitas junto a um eleitorado ainda não de todo motivado lhe davam uma folgada liderança. Uma destas pesquisas foi amplamente divulgada durante o horário eleitoral gratuito que a candidata tinha direito e, se eu não estiver enganado, a pesquisa lhe dava mais de 40% de intenção de voto. Seus mais diretos adversários, Rogério Cabral e Jairo Wermelinger patinavam em percentuais em torno de 15 a 25%.Como já aconteceu com outras candidaturas pelo Brasil afora, esta liderança foi definhando, dia após dia, para se tornar, no falar das urnas, uma grande derrota. Quem conhece a política e os políticos friburguenses deve ter notado algo que ninguém até agora destacou: a atuação de Saudade Braga na campanha. Não vimos desta vez aquela candidata vibrante, empolgada, entusiasmada, guerreira mesmo. A Saudade desta campanha mostrava-se inerte, conformada. E quem assistiu ao único debate do qual ela se fez presente há de recordar o quanto estranha foi sua participação. Numa análise mais contundente: Saudade Braga estava encolhida. Esta estranha apatia chegou ao ponto de, na expectativa do anúncio da “bomba” no horário eleitoral, especular-se, nas rodas políticas, que Saudade retiraria seu nome e o filho, Glauber, assumiria o seu lugar de candidato a prefeito. Ouvi de alguns esta hipótese como sendo a notícia surpresa que a candidata iria apresentar à população. Aqueles que fazem parte da intimidade da ex-prefeita poderão confirmar o que se notava durante toda a campanha: Saudade estava sendo forçada a uma candidatura que não queria. Esta foi a impressão deixada. Não tivemos em comícios, passeatas e em todo processo eleitoral aquela mulher vibrante e participativa. Como um burocrático funcionário público, ela se limitava a, pura e simplesmente, carimbar a campanha.Análises já foram feitas pelos seus seguidores buscando encontrar as causas para tamanha queda. Afinal, ser terceira colocada numa eleição da qual participaram um ex-aliado seu (Cabral) e um estreante político (Jairo) não estava nos planos de ninguém.Adiantaria agora procurar causas e causadores da derrota? O que foi e de quem partiu a estapafúrdia “bomba” anunciada a quatro ventos e que no final mostrou ser um estalinho destes que as crianças adoram? O que foi a invasão do diretório de Cabral com denúncias que se mostraram infundadas? A soberba foi determinante neste processo de esvaziamento?São perguntas que devem ser estudadas, analisadas e discutidas pela candidata e por seu grupo. A impressão que ficou é que não se prepararam para uma eventual mudança no comportamento do eleitorado. Não se prepararam e mais grave: não acreditaram.Indiscutivelmente, um fato novo aconteceu nesta campanha. Os candidatos a vereador não colaram suas imagens às de seus candidatos a prefeito. Isto—é bom esclarecer—aconteceu de uma maneira geral, ocorreu em todas as coligações. Raros foram os candidatos à Câmara Municipal que pediam votos para o candidato a prefeito de seu partido ou coligação. Fizeram uma campanha personalista e individual, não dando a devida importância que o voto na chapa completa seria o correto e esperado. Com os candidatos da coligação de Saudade Braga esta mudança de atitude parece ter sido mais evidente. O candidato não fazia questão alguma de pedir voto para Saudade. Isto é fruto desta esdrúxula lei eleitoral cujos partidos são instrumentos de barganha e negociações. Temos partidos políticos para dar e vender. E para alugar, mais ainda!Qual será o futuro político de Saudade? A derrota deixará sequelas na carreira política de Glauber? Qual será a posição político-partidária que Olney Botelho tomará?Na próxima coluna comentarei as chamadas candidaturas alternativas: Edil Nunes, Marconi Medeiros e Jorge Carvalho.Votos de Samoel da Farmácia são validados pela JustiçaComposição da Câmara deve mudar, mas ainda gera dúvidasCom a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) que validou os 1.590 votos dados a Samoel da Farmácia (PDT) o quadro de vereadores eleitos pode mudar.Segundo alguns juristas, para tanto, o PDT precisa validar os 940 votos dados ao candidato Cascão. Esses votos continuam inválidos e o processo corre na Justiça Eleitoral.Na opinião desses, somente com os votos dados a Cascão validados é que muda a composição da Câmara.Assim, Ricardo Figueira (PSDC) que havia obtido a vaga por média (661 votos) perderia a vaga que ficaria com Samoel da Farmácia.Já pelas contas do próprio PDT, independente da confirmação dos votos de Cascão, a vaga já seria de Samoel da Farmácia saindo Ricardo Figueira. O PDT assim aumentaria a sua bancada no Legislativo de dois para três eleitos. Além de Samoel, o PDT elegeu Profº Pierre e Dr. Luiz Fernando. O PDT se torna, dessa forma, o 2º partido com mais vereadores a partir de janeiro de 2013, atrás apenas do PSB que elegeu quatro: Zezinho do Caminhão, Christiano Huguenin, Cigano e Wanderson Nogueira.De qualquer maneira, acredita-se que essa seja a única mudança mais próxima no quadro eleitoral, ainda que existam especulações nesse sentido.Obviamente, há outros casos a serem julgados pelos Tribunais que tem até a diplomação, 19 de dezembro, para avaliá-los.Juristas consultados dão como certa a entrada de Samoel Grassini, pois consideram o processo de Cascão de fácil resolução, ou seja, independente da vaga já conquistada ou não, a entrada de Samoel da Farmácia é questão de tempo.Juristas consultados por A Voz da Serra para possíveis novas alterações além desta iminente acreditam que o quadro não deve se alterar além disso. Entendem que os demais processos são mais complexos, cujas vitórias devem ser mais difíceis. Além do mais, dos candidatos indeferidos e que aguardam decisão judicial, nenhum deles estaria eleito mesmo vencendo na Justiça. Apenas ajudariam outros que hoje estão como suplentes a conseguir a vaga efetiva.As equações dessas contas são complexas, ou seja, situação A tem que ocorrer e B não para que seja possível a mudança e assim por diante. São tantas situações que há quem crave que o quadro não muda além da entrada de Samoel.Entre as mudanças visualizadas como possíveis, mas bastante remotas, estão as de Adriano Pequeno (PRB) com 799 votos e/ou de Sérgio Louback (PPS) com 1.103 votos. Segundo esses analistas, os demais estão totalmente descartados.Com a entrada de Samoel da Farmácia a composição da Câmara está assim constituída:Joelson do Pote; Márcio Damázio; Renato Abi-Ramia; Marcelo Verly e Gustavo Barroso.1° Suplente – Naim Pedro; 2º Suplente – Roberto Wermelinger ou Marquinho do Asfalto Zezinho do Caminhão; Christiano Huguenin; Cigano e Wanderson Nogueira.1° Suplente – Ceará; 2º Suplente – Marquinho do Pepe e Gabriel Profº Pierre, Dr. Luiz Fernando e Samoel Grassini. 1° Suplente – Luciano Faria; 2º Suplente – Cascão ou Waldemir 123 Vanderléia Abrace Essa Ideia; Jacutinga e Wellinton Moreira.1º Suplente – Adriano Pequeno; 2º Suplente - Nazareth Cláudio Damião e Gabriel Mafort.1º Suplente – Norival; 2º Suplente – Gilberto Salarini Nami Nassif e Alexandre Cruz.1º Suplente – Sérgio Louback; 2º Suplente – Dra. Jamila ou Priscila Pitta Chico Barros e Alcir Fonseca. 1º Suplente – Ricardo Figueira; 2º Suplente – Adauto Congonha
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