Bastidores da Política - 2 de novembro.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Candidata petista perde em Nova Friburgo e em outros sete dos 11 municípios da região. E daí? Lula elege Dilma A candidata petista Dilma Rousseff é uma mulher de sorte. Além de ter recebido o apoio incondicional de Lula, o presidente mais popular da história deste país, ela não precisou vir ao Centro-Norte Fluminense durante a campanha e tampouco ter a preferência do eleitorado regional para se vencer a sucessão presidencial no domingo, 31. Até porque, se dependesse dos votos de Nova Friburgo, terra onde nasceu sua mãe, Dilma Jana, e dos municípios vizinhos, certamente Dilma teria amargado uma estrondosa derrota eleitoral. Isto porque dos 12 municípios da região, ela só conseguiu vencer o seu adversário José Serra em apenas quatro (Cachoeiras de Macacu, Carmo, Macuco e Trajano de Morais). Nos demais, inclusive em Nova Friburgo, o mais votado foi o candidato tucano, derrotado no segundo turno. Em termos de votos válidos nos 12 municípios da região, Dilma obteve exatos 100.038, contra 115.872 de Serra. Se for levado em consideração o universo friburguense, a diferença numérica foi maior em favor do tucano: nas três Zonas Eleitorais friburguenses, a petista conquistou apenas 41.460 votos (40,66%), enquanto o tucano teve a preferência de 60.498 eleitores (59,87%). No primeiro turno, Serra já havia vencido com 41.269 votos (39,02%) contra 31.733 votos (30%) de Dilma. A leitura eleitoral entre o primeiro e segundo turno foi uma evidente migração da maioria dos votos de Marina (PV), terceira colocada em 3 de outubro com 29% dos votos válidos, para José Serra, no segundo turno. No primeiro turno, Dilma havia ganhado em sete (Bom Jardim, Cachoeiras de Macacu, Carmo, Duas Barras, Macuco, Santa Maria Madalena e Trajano de Morais) dos outros 11 municípios da região. No último domingo, ela só confirmou esta preferência do eleitorado em Cachoeiras, Carmo, Macuco e Trajano. Nos demais deu Serra, que inverteu o resultado nas cidades de Bom Jardim, Duas Barras e Santa Maria Madalena, além de confirmar a vitória em Nova Friburgo, Cantagalo, Cordeiro, São Sebastião do Alto e Sumidouro, onde já havia suplantado a petista em 3 de outubro. Mas o horizonte regional, um pingo no oceano, em nada mudou o cenário eleitoral estadual e nacional, onde Dilma Rousseff – apoiada pelo presidente Lula – confirmou o favoritismo das pesquisas e se elegeu como a primeira mulher presidente do Brasil. A petista é de fato uma mulher de sorte. Em Nova Friburgo, abstenção foi de 30.292 e 12.895 votaram em branco ou anularam voto Exatos 30.292 eleitores friburguenses aptos a escolher o sucessor de Lula não compareceram para votar no segundo turno, realizado no último domingo, 31. Em termos percentuais, a abstenção municipal foi de 20,87%. No estado do Rio, a abstenção foi um pouco maior: 21,03% e no país, 21, 5%. A média de abstenção nos 12 municípios do Centro-Norte Fluminense foi de 21,44%. Em Macuco, foi onde ocorreu o menor percentual de abstenção, com 15,89%, seguido pelo Carmo, com 16,42%. O município da região onde o não comparecimento do eleitor registrou-se em São Sebastião do Alto, com o índice de 27,07%. Nas três Zonas Eleitorais friburguenses, 8.591 eleitores anularam o voto e outros 4.304 votaram em branco, perfazendo um total de 12.895 votantes, que desprezaram tanto Dilma como Serra. Na região, incluindo Nova Friburgo, a quantidade de votos em branco chegou 7.542 e outros 15.325 anularam o voto. Futura presidente tem DNA friburguense A presidente eleita do Brasil, Dilma Vana Rousseff (PT), pelo que se sabe, nunca pisou em solo friburguense. E talvez tenha dificuldades de apontar Nova Friburgo no mapa geográfico do Brasil. Quem sabe ainda possa confundir o nome da cidade com a homônima em Santa Catarina, no sul do país, também colonizada por imigrantes suíços e alemães. Entretanto, no currículo da petista consta que parte do seu DNA é genuinamente serrano: a mãe dela, já falecida, nasceu em Nova Friburgo. Dilma Jane mudou-se ainda jovem para Uberaba, no interior mineiro, onde se casou com o búlgaro Pedro Rousseff. Em 14 de dezembro de 1947 nascia Dilma Rousseff, em Belo Horizonte. Correligionários comemoram vitória Cerca de uma centena de petistas e simpatizantes da presidente eleita Dilma Rousseff comemoraram domingo à noite a vitória nas urnas na Avenida Alberto Braune, próximo à agência da CEF, onde tradicionalmente o grupo já faz campanha e distribui panfletos. Com gritos de guerra, os aliados da candidata vitoriosa também desfraldaram bandeiras do PT e de Dilma. No entanto, a festa petista foi considerada como tímida em relação às vitórias anteriores de Lula, em 2002 e 2006. A inibição, talvez, tenha ocorrido por causa da derrota da petista para o adversário José Serra nas urnas friburguenses.
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