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Bastidores da Política - 2 de junho 2011
domingo, 31 de julho de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Visita do presidente do Banco Mundial hoje tem aparato semelhante à escolta de Obama
Robert Zoellick sobrevoará Nova Friburgo com promessa de anunciar ajuda milionária
Os bastidores da visita que o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, deve fazer hoje, 2, a Nova Friburgo se assemelham ao esquema de segurança que marcou a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil, em meados de março. Agentes do FBI — a Polícia Federal americana — há dias fazem o mapeamento aéreo e terrestre do município e uma escolta de elite está preparada para qualquer eventualidade.
A agenda da visita tem sofrido constantes mudanças nos últimos dias e, em determinado momento, chegou a ser cancelada. Até ontem, 1º, estava definido que o executivo americano sobrevoaria as áreas devastadas de Nova Friburgo na tragédia climática e, em seguida, faria um pouso em local e horário não divulgados — onde teria um encontro reservado com o prefeito Dermeval Neto para anunciar a liberação de recursos (boa parte, a fundo perdido) na ordem de centenas de milhões de dólares para ajudar na reconstrução da cidade.
Além do prefeito Dermeval Neto, segundo informações, apenas três representantes de comunidades atingidas por desabamentos de encostas — Rui Sanglard, Alto Floresta e Córrego Dantas — foram selecionados para acompanhar a visita de Zoellick. Isto foi uma condição imposta pelo cerimonial do Banco Mundial. Está completamente descartada a hipótese do executivo circular de automóvel na cidade, por exemplo, se deslocando até o prédio da Prefeitura.
O presidente do Banco Mundial chegou ao Brasil terça-feira, 31 de maio. Um dos principais objetivos da visita que faz ao Brasil até amanhã, 3, é ampliar a parceria estratégica do Banco com o Brasil no contexto do crescente papel do país em questões globais e de desenvolvimento internacional. Zoellick está agendado com a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega e governadores de vários estados. Este será o primeiro encontro oficial entre o líder do Banco Mundial e a presidente.
“O Brasil já identificou muitos dos desafios para oferecer oportunidades e proteger sua população mais vulnerável, e tem um histórico impressionante de resultados”, disse Zoellick na página oficial do Banco Mundial. “No entanto, sabemos que ainda há muitas pessoas pobres que precisam de educação, saúde e oportunidades de trabalho. Ao mesmo tempo, o Brasil pode compartilhar as suas experiências com o mundo. Estamos ansiosos para aprofundar a nossa parceria e trabalhar juntos para ajudar a levar o conhecimento do Brasil a outros países”.
O Brasil é um dos maiores parceiros do Grupo do Banco Mundial. O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) tem empréstimos de US$ 13,3 bilhões. A Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), braço do grupo para o setor privado, tem uma carteira de US$ 2,6 bilhões, enquanto a Agência Multilateral de Garantia de Investimentos, o braço de risco político, tem uma exposição de US$ 192,5 milhões.
À espera do dinheiro federal para reconstrução, Nova Friburgo recebe R$ 10 milhões do PAC 2
Amanhã, 3, a presidente Dilma Rousseff estará no Rio de Janeiro e, ao lado do governador Sérgio Cabral, anunciará a liberação de um pacote de obras para a reconstrução dos sete municípios devastados na tragédia climática de 12 de janeiro. Segundo fontes ligadas ao governo estadual, serão anunciadas verbas para construção de casas populares, recuperação de encostas e reconstrução de pontes, entre outros benefícios para o município de Nova Friburgo, o mais atingido no evento climático.
Enquanto aguarda com ansiedade o pacotão de reconstrução, o prefeito Dermeval Neto assinou esta semana com o superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Carlos Roberto Pereira, quatro convênios relacionados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), com recursos do Ministério das Cidades.
O convênio principal — cujo recurso já está depositado na conta da Prefeitura e aguarda apenas o sinal verde da CEF para o início do processo de licitação — prevê a construção de 19 muros de contenção nos bairros de Olaria e Lazareto, além do distrito de Riograndina. O custo destas intervenções é de R$ 7,5 milhões.
A maior verba individual (R$ 2,4 milhões) é destinada a uma intervenção na Rua Uruguaiana, em Olaria, onde será construído um grande muro de contenção. No Lazareto serão efetuadas sete intervenções, orçadas em R$ 2, milhões. Em Riograndina, o PAC 2 terá sete intervenções ao custo de R$ 2,6 milhões. Todas as obras foram selecionadas no Plano de Redução de Riscos, feito anteriormente à tragédia climática.
Nova Friburgo também receberá recursos (R$ 800 mil) para elaborar projetos executivos de reconstrução de encostas; outros R$ 500 mil para atualizar o Plano de Redução de Riscos; e ainda mais R$ 800 mil para estudos do solo do município.
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