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Bastidores da Política - 19/10/2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Um novo políticoNa edição de ontem, comecei a análise do resultado das eleições para prefeito com o futuro ocupante da cadeira nº 1 do município. Hoje, abordarei, sob o meu ponto de vista, claro, e que coloco em discussão com os leitores, a campanha do segundo colocado nas urnas, o empresário Jairo Wermelinger. Desde que ele se apresentou como candidato, muitos temiam pelo desempenho eleitoral de alguém que nunca havia sido testado em um embate nas urnas. Homem de negócios, pertencente a uma família de empreendedores de sucesso, Jairo se apresentou ao eleitorado e sua votação pode—e deve—ser considerada uma vitória, surpreendendo a muitos que não acreditavam nele. Perdeu a eleição, ao final, por menos de 3.000 votos, deixando para trás políticos experientes e até ex-ocupante do cargo. Por que foi o segundo mais votado—o que poderia ser considerado uma vitória—e quais as razões para a derrota?Sua inexperiência política pesou um pouco, não que lhe tenha tirado votos, mas sim na visão de que poderia ter conquistado muitos outros. Inscrito, inicialmente, num partido sem a menor expressão e tradição política e eleitoral, representou para o povo, o novo, um político sem as manhas e os defeitos dos tradicionais nomes da política friburguense. Depois de atravessar um período conturbado, desastres à parte, numa gestão que se encerra com a passagem de três prefeitos em quatro anos e cuja batalha jurídica ainda percorre os tortuosos caminhos jurídicos, os friburguenses tenderam a buscar algo diferenciado nas urnas, um prefeito novo, alguém não conhecido e testado nas urnas. Essa inexperiência, pergunto eu, o atrapalhou em debates, comícios e caminhadas? Penso que não. Por certo não tirou votos, mas por outro ângulo, um melhor desempenho nas atividades pré-eleitorais poderia somar novos adeptos para sua candidatura.Alguns analistas políticos somam aos prós e contras, a figura dos vices de cada chapa. Das três coligações mais votadas, qual terá sido o nome de maior peso e participação na campanha, a saber: Grace Arruda, Eduardo Valentim ou Marcelo Braune?Respectivamente, companheiros de chapa de Cabral, Jairo e Saudade, os três candidatos se comportaram de maneira diferente durante a campanha. Dos três, Valentim foi o que menos apareceu na televisão e Grace a que mais participou dos programas. Braune, poderíamos dizer, se comportou como um vice: falando quando chamado e consciente de seu papel de coadjuvante. Muitos atribuem uma parcela importante na vitória de Cabral à atuação de sua companheira de chapa. Não descarto esta hipótese, pois embora não tenha sido feliz em tentativas anteriores à Câmara de Vereadores, o desempenho da Dra. Grace foi um dos destaques da eleição passada.Para Jairo e seus seguidores ficou um gostinho de quase... E também um novo nome no tabuleiro político friburguense. Nome que terá sua dimensão aferida dentro de mais algum tempo na relação direta com o desempenho de Rogério Cabral nos próximos quatro anos à frente da Prefeitura. Realizando uma administração profícua, Rogério se tornará o nome mais importante da política da região ou, em contrapartida, deixará na população a dúvida de que um governo Jairo poderia ter sido mais eficiente para o friburguense. As propostas e os projetos apresentados pela candidatura Jairo Wermelinger foram bem aceitas e assimiladas pelo povo e deveriam ser devidamente estudadas pelo prefeito eleito, com destaque para aqueles da área de especialização do postulante—engenharia. Sonhando, até diria que Jairo seria um excelente nome para uma das secretarias de sua área: Planejamento ou Obras. Além de contar com um profissional gabaritado e experiente, Rogério traria para o seu lado um novel político que já tem em sua a bagagem a expressiva votação conquistada em outubro último.Ressalto por fim, o comportamento exemplar de Jairo, Valentim e seus seguidores durante toda a campanha eleitoral. Foi vítima de prospectos apócrifos que tentaram incompatibilizá-los com a população, notadamente as de Olaria e Cônego, sofreu ataques diretos no horário eleitoral gratuito na rádio e televisão. Demonstrou uma experiência de político antigo e não se deteve em debater com estes detratores. No fim, para a cidade e para a política friburguense, a participação de Jairo deixa um saldo extremamente positivo. Um novo nome a ser colocado no tabuleiro em futuras negociações. Alguém a ser incluído e ouvido por todo aquele que tiver pretensões políticas nas futuras eleições. Amanhã, a derrota de Saudade Braga.
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