Bastidores da Política - 18 de março 2011

Junta médica que avaliou HBM garante ter dado todas as informações possíveis dentro do código de ética Câmara tem subsídios para decidir se Heródoto está apto ou não a exercer as funções no Executivo “Injustas, inadequadas e infundadas”. Desta forma, os médicos Jorge Hermersdorf (psiquiatra), Paulo Rosa (neurologista) e Ebenézer Soares Ferreira Júnior (clínico geral) reagiram às críticas feitas por vereadores (reproduzidas nesta coluna na edição de ontem, 17) de que o laudo da avaliação médica do prefeito licenciado, Heródoto Bento de Mello (PSC), seria “evasivo, superficial e conteria falhas técnicas”. Os três médicos, reunidos no consultório de Paulo Rosa, no Edifício Centro Médico, no Suspiro, no início da tarde de ontem, foram contundentes na afirmação de que o laudo está de pleno acordo com as funções da junta médica por eles formada e que, através deste mesmo laudo, entregue na quarta-feira, 16, na Câmara, foi respondida de forma conclusiva se o prefeito licenciado está ou não em condições laborais de exercer suas funções públicas. “Isto está documentado no laudo”, garantiram os três renomados profissionais que formaram a junta médica. Segundo eles, a avaliação, realizada no apartamento de HBM, demorou cerca de 2h20 e foi acompanhada pelos médicos particulares do prefeito licenciado, paramédicos e familiares. Ainda respondendo de forma enfática às críticas de vereadores sobre a superficialidade da avaliação, feita na terça-feira, 15, a junta médica esclareceu que, amparada no código de ética da profissão, está impedida legalmente de fornecer a terceiros – no caso, à Câmara – informações como histórico, diagnóstico, prognósticos etc., sob pena de sofrer sanções previstas em lei. – Desde o primeiro instante, quando fomos chamados e aceitamos participar da junta médica, ficou claro que informações deste tipo não poderiam ser ditas e divulgadas. Agimos dentro do código de ética da medicina – destacaram. – Tudo que foi combinado na constituição da junta médica, da qual fazemos parte, foi feito exatamente como acordado – reiteraram. A junta médica ainda enfatizou que informações adicionais às relatadas no laudo entregue à Câmara, de acordo com o código de ética e a lei vigente, somente poderiam constar no laudo com a autorização expressa do paciente (no caso, Heródoto), ou através de decisão judicial. – A comissão especial da Câmara sabe exatamente disso – frisam os membros da junta. Dermeval vai se licenciar por onze dias: presidente da Câmara assume governo Confirmando a informação em primeira mão do colunista de A VOZ DA SERRA, Giuseppe Massimo, o prefeito Dermeval Neto (PMDB) anunciou ontem, 17, que ficará afastado da Prefeitura entre os dias 22 e 31 de março, período em que Nova Friburgo será administrada pelo presidente da Câmara, Sérgio Xavier (PP). Nesta quinta-feira, aliás, Dermeval Neto enviou comunicado à Câmara sobre seu afastamento de 11 dias – embora a legislação vigente o obrigasse a comunicar tal fato somente em caso de licença superior a 15 dias. “Muito embora não haja dispositivo legal que exija a transmissão do cargo por lapso temporal tão exíguo, seria não apenas prudente, mas motivo de orgulho ter a participação do chefe do Legislativo nessas horas de aflição pública. Por isso convidei o presidente da Câmara para exercer o cargo de prefeito durante a minha breve ausência”, disse. Nos considerandos, o prefeito diz que “é importante neste momento crucial dar publicidade ao povo dos atos administrativos, no sentido de demonstrar a existência de total harmonia entre os poderes. Não pretendo ditar regras do ‘eu sozinho’ na reconstrução de Nova Friburgo, sendo necessário que todos participem”, acrescentou. Ainda segundo Dermeval, “é necessária a continuidade política, no sentido de demonstrar que em nada ficam modificadas as ações prefeitorais, uma vez que continuam os limites do estado democrático na reparação, recuperação e construção dos serviços públicos”. Glauber será relator da comissão da Câmara dos Deputados que apresentará propostas preventivas contra as catástrofes A Câmara dos Deputados instalou na quarta-feira, 16, a comissão especial que analisará propostas e soluções preventivas de catástrofes climáticas no país. O deputado federal friburguense, Glauber Braga (PSB), foi escolhido entre os 513 parlamentares para ser o relator do grupo de trabalho. Uma das tarefas da comissão será avaliar o último desastre natural que atingiu a Região Serrana do Rio de Janeiro e causou a morte de centenas de pessoas, deixando milhares de desabrigados e desalojados, além de provocar prejuízos materiais incalculáveis. Como relator, Glauber ficará responsável por apontar soluções de curto, médio e longo prazos, a fim de evitar novas catástrofes no Brasil. – A nossa primeira tarefa será identificar as tragédias naturais. Vamos focar não apenas nas enchentes, mas nas estiagens e secas de rios. Enfim, tudo que gera catástrofes naturais – explica o deputado. As reuniões da comissão começaram ainda na quarta-feira. Glauber explica que os trabalhos pretendem, primeiro, manter uma relação direta com as comunidades envolvidas nas tragédias. Depois ouvir técnicos especialistas do Brasil e, por último, avaliar as dezenas de projetos de lei e propostas de emenda à Constituição que tramitam na Câmara dos Deputados sobre o assunto. – Esta é a tarefa desta comissão especial, que será um marco legal na questão das tragédias climáticas nacionais – disse.