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Bastidores da Política - 13 de janeiro 2012
sexta-feira, 06 de abril de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Em meio a críticas, Estado inicia obras de casas, pontes, encostas e dragagem de rios
Vice-governador e secretários estaduais visitam município no dia em que tragédia climática completou um ano
Em resposta à saraivada de críticas sobre a inércia do poder público ante a reconstrução da Região Serrana, o governo estadual deflagrou um contra-ataque nesta quinta-feira, 12, data em que a tragédia climática completou um ano. Coube ao vice-governador Luiz Fernando Pezão—acompanhado de outros seis secretários e uma grande quantidade de auxiliares—o papel de dar uma resposta à população serrana, anunciando o início de algumas obras prometidas ano passado, como a construção de imóveis populares, dragagem de rios e retirada de famílias à beira do Rio Córrego Dantas. Na visita ao município, onde participou de uma solenidade em homenagem aos bombeiros, o vice-governador também anunciou a recuperação de mais algumas encostas e a licitação para reconstrução de pontes destruídas no evento climático do ano passado.
“É muito fácil criticar. Dizer que o Estado não fez nada é balela. Estamos aqui, trabalhando, desde o primeiro dia [da tragédia climática]. Vamos reconstruir os municípios serranos sem demagogias e blablablás políticos”, disse ele durante a solenidade de início da terraplenagem do terreno onde começarão a ser construídas 2.166 imóveis populares para atender os desabrigados das chuvas de 2011.
O secretário de Reconstrução Serrana, Affonso Monnerat, também rebateu as críticas sobre a morosidade das obras na Região Serrana. “O Estado chegou no primeiro momento após a tragédia. Já fizemos muito, mas a tarefa é árdua. A reconstrução é difícil e só comparada ao tamanho da própria tragédia”, disse. “O nosso objetivo é entregar à região obras seguras e confiáveis. E posso garantir que o nosso compromisso desde a primeira hora é de trabalhar, lutar e perseverar e isto estamos fazendo”, destacou.
Na opinião do secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc, “é mentira e maldade dizer que só agora estamos [governo estadual] començando a trabalhar”, enfatizou ele, na mesma linha de defesa do vice-governador e do secretário de Reconstrução Serrana. “Estou indignada. Não é verdade que o governo estadual não está fazendo nada”, acrescentou a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos.
O secretário estadual de Obras, Hudson Braga, que também fazia parte da tropa de choque do vice-governador, também seguiu a mesma linha. “É hipocrisia achar que vamos recuperar [a destruição provocada pela tragédia climática] em um ano. Estamos trabalhando todos os dias, elaborando projetos e buscando recursos [no governo federal]”, acentuou.
O prefeito Sérgio Xavier, que acompanhou toda a agenda do vice-governador em sua visita ao município, elogiou a dedicação de Pezão, lembrando que ele teve uma atuação fundamental e nobre desde o primeiro dia da tragédia, quando se deslocou para Nova Friburgo e atuou por 35 dias ininterruptos. “Nova Friburgo deve muito a Pezão. Em meio à tragédia, Nova Friburgo precisava de um norte e ele foi este norte. Muitas coisas já foram realizadas e muito mais ainda precisa ser feito. Se as coisas não aconteceram no ritmo em que a população esperava, isto foi por falta de empenho do governo municipal [gestão do prefeito afastado Dermeval Neto]”, disse. “Estamos [o atual governo municipal] restabelecendo as parcerias com o Estado e a União. A reconstrução vai avançar”, acrescentou.
Deputado faz críticas públicas e recebe respostas de Pezão
Em sua primeira aparição pública após sofrer um acidente automobilístico em dezembro, o deputado Glauber Braga—acompanhado de sua mãe, a ex-prefeita Saudade Braga—quebrou o protocolo na solenidade de lançamento das casas populares, ontem, na estrada de Conselheiro Paulino e Riograndina—localidade denominada Caminho do Céu. Após o discurso do vice-governador, o último orador, o parlamentar pediu a palavra para agradecer a atuação de Luiz Fernando Pezão, de Affonso Monnerat, e da Defesa Civil. Em seguida, ele cobrou publicamente a construção de escolas destruídas na tragédia climática e a ampliação do programa aluguel social. Sem dúvida, a cobrança pública provocou um mal-estar entre as autoridades presentes.
O vice-governador que, anteriormente, havia pedido aos políticos friburguenses para que deixassem de lado as divergências e concentrassem esforços para ajudar na reconstrução do município, reagiu às cobranças de Glauber Braga. Pezão reconheceu que a União já repassou recursos para a construção de novas escolas, mas que há dificuldades para encontrar local seguro para as mesmas. Em relação ao aluguel social, o vice-governador destacou novamente que cabe ao município apontar demandas para que “o Estado corra atrás de recursos”. Visivelmente irritado, Pezão lembrou ao deputado como é difícil enfrentar os desafios após uma tragédia climática. “A sua mãe, Saudade Braga, enfrentou o evento climático de 2007 e sabe disso. Nós [Estado] também estivemos aqui, em Nova Friburgo, ao lado dela”, alfinetou.
Casas populares começam a ser construídas imediatamente
A Odebrecht Infraestrutura iniciou ontem, 12, a terraplenagem no terreno às margens da Estrada entre os distritos de Conselheiro Paulino e Riograndina (foto), numa localidade denominada Caminho do Céu, onde serão construídas 2.166 unidades habitacionais para os desabrigados da tragédia climática de 2011. Em menos de 72 horas, o governo estadual obteve a desapropriação do terreno, assinou o contrato com a empresa responsável e determinou o início imediato dos trabalhos. A previsão é que as primeiras 500 unidades estejam prontas em dezembro—as demais, no primeiro semestre de 2013.
O Estado depositou judicialmente o valor de R$ 1.015.300,00 para obter a imissão provisória do terreno. Segundo uma placa institucional afixada no local, a empreiteira receberá cerca de R$ 34 milhões para construir parte das unidades habitacionais. Para concluir a promessa das 2.166 habitações, o Estado terá que desapropriar um outro terreno no Caminho do Céu.
Ontem, logo depois do lançamento das obras das unidades habitacionais, o Estado também deu ordem de serviço para que empresas realizem a dragagem e contenção do Rio Córrego Dantas. Cerca de 60 famílias que moravam na parte ribeirinha do bairro serão removidas imediatamente e terão direito a ressarcimento pela demolição de seus imóveis. O Estado também garantiu que será iniciada em breve a construção de 21 pontes e mais algumas encostas destruídas na tragédia de 2011.
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