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Bastidores da Política - 10 de janeiro 2012
sexta-feira, 06 de abril de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Um ano depois da tragédia, nenhuma obra de reconstrução foi concluída em Nova Friburgo
A dois dias da tragédia climática na Região Serrana completar um ano, a população friburguense não viu concluída qualquer das obras de reconstrução prometidas pela presidente da República, Dilma Rousseff, e pelo governador Sérgio Cabral. No dia 3 de maio do ano passado—quatro meses após o evento climático que matou centenas de pessoas e provocou prejuízos imensuráveis—Dilma e Cabral ganharam os holofotes no Palácio Guanabara, no Rio, ao anunciarem o primeiro pacote de obras, que incluía recursos para recuperação de oito encostas, construção de 3.200 unidades habitacionais e reconstrução de 21 pontes.
Com centenas de deslizamentos, as contenções de encostas escolhidas pelos governos estadual e federal foram da Praça do Suspiro, Cristina Ziede, Tingly, Clube dos 50, Miosótis (Paissandu), Condomínio dos Pássaros (Córrego Dantas) e Rua Sylvio Henrique Braune (Suspiro). Na ocasião, surgiram muitas críticas porque as áreas de maior densidade populacional não foram beneficiadas.
Nenhum imóvel popular prometido, por enquanto, começou a ser construído. Suplantadas as barreiras burocráticas, a assinatura do contrato entre o governo estadual e uma subsidiária da Odebrecht para a construção das habitações deve ser efetivada amanhã, 11—véspera da data em que o evento climático na Região Serrana completará um ano. E a quantidade de imóveis é muito menor do que a anunciada anteriormente: serão erguidos 2.200 apartamentos na região Trilha do Céu, no distrito de Conselheiro Paulino. A previsão é que as unidades habitacionais sejam entregues daqui a um ano.
Se poucas encostas estão sendo recuperadas e nenhuma casa começou ainda a ser construída em Nova Friburgo, a situação é ainda pior com relação às prometidas 21 pontes—o governo estadual ainda nem começou a licitar as mesmas. A argumentação é que, como a tragédia provocou a mudança de vários leitos de rios, haverá necessidade de se fazer um estudo técnico mais aprofundado, antes da elaboração do projeto para a implantação das referidas pontes.
Habitações serão erguidas na Estrada da Trilha do Céu
Em maio passado, a presidente Dilma Rousseff e o governador Sérgio Cabral anunciaram a construção de cerca de 3.500 imóveis populares em Nova Friburgo para atender as famílias atingidas pela tragédia climática. Várias datas foram anunciadas para o início das obras, mas que acabaram sendo adiadas por questões burocráticas, como a escolha de terrenos seguros, trâmites internos da Caixa Econômica Federal e ainda escolha de uma empresa para realização do empreendimento. Segundo o vice-governador Luiz Fernando Pezão, estes obstáculos já estão superados.
Neste momento, segundo Pezão, começarão a ser construídos aproximadamente 2.200 unidades na Estrada da Trilha do Céu, no distrito de Conselheiro Paulino. O condomínio foi batizado de Caminho do Céu. Ainda segundo o vice-governador, as unidades serão construídas em blocos de apartamentos “de boa qualidade”.
Novos recursos para quatro encostas, dragagem de rios e drenagem de ruas centrais
As prometidas casas populares ainda não saíram do papel, as pontes sequer foram licitadas e a recuperação das primeiras oito encostas ainda estão longe de ser concluídas. Contudo, o governo estadual anunciou recentemente ter obtido a liberação de novos recursos federais para a reconstrução da Região Serrana. Nova Friburgo, a cidade mais atingida pelo evento climático, ficará com a maior parte dos R$ 320 milhões.
O recurso será usado para a recuperação de quatro encostas no distrito de Conselheiro Paulino, dragagem de rios e ainda para a execução de obras de drenagem no centro da cidade.
O governo estadual anunciou ter obtido empréstimo junto ao BID—Banco Interamericano de Desenvolvimento—, no qual pretende utilizar cerca de R$ 270 milhões para a construção da propalada Estrada do Contorno, entre Mury e o trevo de entrada de Duas Barras, retirando o tráfego de veículos pesados do eixo-rodoviário de Nova Friburgo e de Bom Jardim.
“Vencer a burocracia e o tamanho da tragédia foi muito difícil. Aqui, em Nova Friburgo, também enfrentamos obstáculos políticos, mas estamos vencendo as dificuldades e caminhando para a reconstrução”, destacou o vice-governador Luiz Fernando Pezão, em recente visita ao município.
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