Nascer, aparecer neste mundo,
Saber-se um ser em formação
Brincar, sorrir, respirar fundo,
Descobrir-se poema e canção.
Quem recitará para os montes,
As estrofes da vida, o amor?
Tu, mulher, água das fontes,
Seiva, perfume, pétala e flor.
Crescer, andar, aprumar-se,
No espelho da vida descobrir:
É melhor, pra todos, doar-se.
Pois tens o dom de repartir...
Encarar qualquer realidade
Perceber-se sonho de mulher
E nos anos sutis da mocidade
Abraçar o que a vida lhe der.
Inteirar-se de árido mundo,
Ambivalente, até traiçoeiro.
Buscando sentido profundo
Forjando humor seresteiro.
Pra encarar difícil desdita,
Machismos incontroláveis,
A mulher na vida restrita
Supera em tons amigáveis.
Vencer qualquer preconceito,
Sentimentos que impõem dor,
Construindo, fazendo direito,
Os detalhes pintados de amor.
No lar, a mulher tão presente,
Preenche os espaços da vida.
Que se um dia tornar-se ausente
Será hora de fazer despedida.
Tu mulher, és luta em pessoa!
Heroína de romances vivenciais.
Enfrentando a práxis numa boa
Sublimando da vida os seus ais.
E assim, tu constróis a família,
Este instituto criado por Deus.
E na vida vencendo a porfia
Alimenta o caminho dos céus.
Se um dia, no meio dos sonhos,
No meio da vida, da luta, do ser.
Perguntar em contornos medonhos
Que faço aqui, que é ser mulher?
Não esqueças que nobre missão
Abraçastes sem mesmo perceber.
Nela pusestes o teu coração
E importa ser bastante mulher!
Rosângela Caterina Cassano
Coordenadora do Crem
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