A conta de luz vai pesar menos no bolso do consumidor a partir desta sexta-feira, 1º abril, porque a bandeira tarifária deixará a cor amarela passando para a verde em todo o país. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com a mudança, não haverá mais custo adicional para os consumidores. Esta é a primeira vez desde que o sistema entrou em vigor, em janeiro de 2015, que será adotada a bandeira verde. Com isso a redução na conta pode chegar a 6,5%.
A mudança significa que a situação da produção de energia está mais favorável. De acordo com a Aneel, três fatores principais contribuíram para isso: a queda no consumo de energia, o aumento no nível dos reservatórios das hidrelétricas, provocado pelas chuvas do último verão, e também devido à nova energia no sistema, fornecida, por exemplo, pelas usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, no norte do país.
A entrada em vigor da bandeira verde já estava prevista desde fevereiro, quando o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, informou que a cobrança seria eliminada devido ao desligamento de usinas térmicas, que geram energia mais cara no Brasil. “Portanto, não teremos mais ônus de bandeira para o consumidor”, disse o ministro.
A eliminação da cobrança extra em abril não significa que o sistema de bandeiras tarifárias será abolido pela Aneel. Se for necessário, o governo pode religar as usinas térmicas novamente e a cobrança será retomada nas contas de luz. Para evitar isso, o órgão orienta que os consumidores combatam o desperdício de energia elétrica, mantendo o consumo consciente do recurso.
Alívio no bolso
Este mês a bandeira também mudou, pela primeira vez, da vermelha para a amarela e consumidores passaram a pagar R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora de energia consumidos. A costureira Marlene de Oliveira já recebeu a conta neste mês e percebeu pequena queda no valor cobrado pela Energisa. “Este mês eu paguei cerca de R$ 80 sobre o que consumi em fevereiro. Agora vou pagar cerca de R$ 78. Houve uma queda pequena, mas tomara que caia ainda mais”, diz a moradora do bairro Bela Vista.
A bandeira vermelha vigorou no país por 14 meses em função do rigoroso período seco pelo qual o país passou e que afetou principalmente os reservatórios das usinas hidrelétricas e motivou a utilização das termelétricas para suprir o sistema. No período em que a bandeira vermelha esteve em vigor, foi cobrado de R$ 3 a R$ 5,50 (dependendo do mês) a cada 100 quilowatts-hora de energia. Alguns consumidores viram a conta de luz dobrar em poucos meses.
“Em 2014, eu pagava uma média de R$ 80 por mês. No ano passado a conta subiu muito. Eu cheguei a pagar R$ 156 de luz“, conta o supervisor Fábio Lage. Ele mora com outras duas pessoas em Conselheiro Paulino e espera um alívio na conta. “Está tudo muito caro e a luz precisa baixar”, diz.
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