A falta das chuvas e o aumento no consumo residencial de energia elétrica devem elevar o valor das contas de luz a partir de setembro, segundo a Empresa de Energia Elétrica (EPE) e o Operador Nacional do Sistema (ONS). Por causa deste cenário, a bandeira tarifária amarela, que acrescenta a cobrança extra de R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, pode reaparecer nas contas dos brasileiros.
Os meses de setembro e outubro são, geralmente, mais secos, por isso, o nível menor dos reservatórios das hidrelétricas exige mais das usinas térmicas, que elevam o custo médio da geração da energia no país. Quando mais térmicas são ligadas, há uma indicação clara de acionamento da bandeira amarela, o que já vem ocorrendo, de acordo com o ONS.
A bandeira também deve ficar amarela no próximo mês devido ao aumento do consumo projetado para este ano. Segundo a EPE, as residências foram as maiores responsáveis pelo crescimento dos gastos de energia elétrica. Em junho, as residências utilizaram 4,6% mais energia na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em maio, o consumo foi 3,5% maior e, em abril, 7,5%.
Na contramão dos lares brasileiros, as indústrias registraram queda de consumo em torno de 4%, mostram dados da EPE. Imersas na crise, as indústrias ainda estão produzindo e consumindo energia em ritmo bem menor do que o do ano passado. Se retomarem a produção, pressionarão o sistema elétrico. Caso haja uma recuperação da economia é possível o acionamento da bandeira vermelha ainda neste ano.
Sobe e desce
Desde abril, a bandeira tarifária está no nível verde, em que não há taxa extra nas contas. O custo da luz caiu até 6,5% por causa da melhora na produção de energia no país, provocada pela redução no consumo e também devido às chuvas do último verão que elevaram o nível dos reservatórios. Algumas usinas termelétricas foram desligadas. Por isso, a bandeira tarifária deixou a cor vermelha, depois a amarela e passou para a verde no último dia 1º de abril.
Apesar disso, em junho, a conta de luz teve um aumento em Nova Friburgo por causa da revisão tarifária periódica da concessionária Energisa aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O reajuste começou a valer no dia 22 e foi de 6,69% para consumidores residenciais e 17% para indústrias. Esta é a quarta revisão periódica solicitada pela concessionária, que atende 102.587 consumidores na cidade.
O sistema de bandeiras tarifárias existe desde o início de 2015 para indicar aos consumidores que as condições de geração, por falta de chuvas ou outros motivos, está mais restrita. A intenção é que o apontamento leva os clientes a reduzirem o consumo, colaborando para o retorno da geração de energia aos custos mais baixos.
A VOZ DA SERRA procurou a Aneel que informou, em nota, que se manifestará sobre a bandeira tarifária de setembro no próximo dia 26.
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