Quatro décadas de estrada fazendo um rock autêntico e em português, sempre trabalhando com composições próprias e na contramão do mercado fonográfico merecem ser comemoradas com estilo. E para celebrar a ocasião, o grupo Pântano se apresenta hoje, 31, às 20h, no Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura, prometendo uma performance com muita energia e algumas surpresas aos fãs mais antigos.
A história da banda começa num dia 16 de maio, aniversário de Nova Friburgo, exatamente quatro décadas atrás. Um grupo de jovens músicos recebeu, naquele dia, uma guitarra que tinha acabado de chegar de Vitória, no Espírito Santo. E como era feriado, todos passaram o dia inteiro experimentando o novo instrumento. A data, assim, acabou se transformando num marco para o nascimento da banda.
O nome, no entanto, ainda demoraria a surgir. “Nós tínhamos uma lista enorme de opções”, comenta Paolo Valdanini, baixista desde a formação original. “Um dos integrantes, o Inácio, tinha origem grega, e nós tínhamos vários nomes ligados às letras do alfabeto grego. Também chegamos a cogitar algum nome em inglês, mas não era o tipo de coisa que a gente estava procurando. Então compusemos uma música chamada “Nas Profundezas do Pântano”, que tinha muita relação com o espírito da banda, e evocava o clima londrino que Friburgo tinha nos anos 70. Com o tempo nós fomos amadurecendo essa ideia e percebendo diversas ligações, como, por exemplo, o fato de a Praça Getúlio Vergas já ter sido um grande pântano antes da urbanização e do plantio dos eucaliptos. Então reduzimos o nome da música e ficamos somente com o ‘Pântano’. Até hoje há quem adore e há quem odeie”, diverte-se Paolo.
No repertório do show de hoje, músicas compostas pela própria banda ao longo dos anos, com adição de apenas uma canção do Black Sabbath e uma homenagem ao saudoso grupo friburguense “Rótulo”. “Nós sempre preferimos compor nossas próprias músicas”, explica Paolo. “Sempre sentimos essa necessidade de contar nossa própria história, expressar nossas emoções, e isso vai além da composição. Valorizamos a liberdade em todos os níveis, e os músicos que tocam com a gente têm sempre espaço para dar identidade aos seus acordes.”
Neste momento de comemoração é importante lembrar que a contribuição do Pântano para a música friburguense passa também pela produção de festivais que terminaram por lançar boa parte dos músicos das gerações seguintes. “Nós acabamos tendo vários filhos musicais pelo caminho”, relembra Paolo. “Esses festivais que organizamos ajudaram a promover diversos talentos, e essa ligação com as gerações seguintes sempre foi outra marca fundamental do Pântano.”
História, liberdade, emoção, perseverança e autenticidade. Aos 40 anos de vida o Pântano esbanja vitalidade e tem muitos motivos para comemorar quando olha para trás. E a qualidade que tornou possível tamanha longevidade pode ser comprovada hoje à noite, quando Ítalo Júnior (vocalista); Pinguim (bateria); War Man (guitarra); Peixe Frito (guitarra) e Paolo (baixo) subirem ao palco acompanhados pelo baterista Sheik, da formação original da banda.
Ingressos podem ser adquiridos nas lojas Rock Point, Mega Star e JKing, além da bilheteria do próprio teatro. LIVRE
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