Henrique Amorim
Após 35 dias de braços cruzados, os vigilantes do Estado do Rio de Janeiro encerraram na sexta-feira, 29, uma das greves de trabalhadores mais longas dos últimos tempos. Após assembleia quinta-feira, 28, na capital, a categoria acatou a segunda contraproposta feita pelo sindicato patronal durante todo o movimento — que concedeu 8% de reajuste à categoria e adicional de periculosidade mensal de R$ 64. Com isso, o piso inicial dos vigilantes passou para pouco mais de R$ 860.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Segurança, Vigilância, Transporte de Valores, Cursos de Formação e Similares de Nova Friburgo e região, Manoel do Nascimento, a categoria pleiteou inicialmente 10% de ganho real mais o acumulado da inflação, reajuste do adicional de periculosidade devido ao risco de vida e aumento do ticket refeição. O movimento que teve início com paralisações isoladas em alguns municípios, inclusive Nova Friburgo, ganhou força com a revolta da categoria ante a contraproposta mantida pelas empresas de vigilância e transporte de valores que insistiu na concessão de apenas 1,5% de aumento — percentual considerado pela categoria como “uma afronta e zombaria aos vigilantes”. Nascimento informou ainda que na próxima quarta-feira, 4 de maio, acontecerá o julgamento do dissídio coletivo da categoria na Justiça do Trabalho do estado.
Com o fim da greve o atendimento ao público nos bancos do estado voltou ao normal na última sexta-feira, pondo fim aos muitos transtornos enfrentados pela população que foi obrigada a recorrer aos terminais de autoatendimento das agências, lotéricas e correspondentes bancários enquanto durou a greve, o que gerou muitas reclamações e filas. Quem dependeu dos serviços administrativos dos bancos ou de transações que só poderiam ser feitas diretamente nos guichês ou com o intermédio de funcionários teve que amargar filas em muitas agências bancárias nesta sexta-feira.
Vale lembrar que a rede bancária permaneceu fechada ao público durante a greve dos vigilantes, pois, devido a uma lei federal, os bancos só podem atender aos clientes com, no mínimo, três vigilantes por agência. O expediente interno nos bancos durante o movimento dos vigilantes foi normal e não houve registros policiais de assaltos nos terminais de autoatendimento ou lotéricas durante a greve.
A greve atingiu também os seguranças de carros fortes e, com isso, o reabastecimento de dinheiro nos caixas eletrônicos dos bancos foi feito precariamente e, em muitos deles, houve falta de dinheiro esporadicamente. Com a greve, repartições públicas federais e estaduais também funcionaram durante o último mês sem seguranças.
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