Henrique Amorim
Após exatos 14 dias de braços cruzados, os bancários de Nova Friburgo e região aceitaram ontem, 13, em assembleia pela manhã, na sede do sindicato da categoria, na Praça Dermeval Barbosa Moreira, a contra-proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que ofereceu 7,5% de aumento nos salários, com 3,08% de ganho real e, com isso, encerraram a paralisação. Os bancários também conseguiram ganhos de até 14,28% no plano de Participação dos Lucros e Resultados dos bancos (PLR). Os percentuais foram concedidos aos bancários de instituições privadas e públicas, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Inicialmente, a Fenaban insistiu na proposta de concessão de apenas 4,29% de reajuste (acumulado da inflação), o que desencadeou a greve.
Em Nova Friburgo a adesão ao movimento foi total nas 24 agências espalhadas pelo Centro, Olaria e Conselheiro Paulino, com registro apenas de pequenos incidentes ainda na primeira semana da greve. Durante todo o período de paralisação, dirigentes do sindicato fizeram plantões nos setores de autoatendimento das agências, para orientar clientes a manusearem os caixas eletrônicos. Ontem, primeiro dia de funcionamento dos bancos após a greve, houve filas na maioria das agências. Embora as contas vencidas durante a paralisação pudessem ter sido pagas nas lotéricas e correspondentes bancários, muita gente acabou deixando para quitá-las nos bancos. Nem todo mundo, porém, conseguiu ter as multas das contas com vencimento durante a greve abonadas no primeiro dia útil pós-paralisação.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo e região, Max Bezerra, parabenizou ontem os bancários e os dirigentes sindicais da base regional devido à capacidade de mobilização, atendimento aos clientes, beneficiários e pensionistas da Previdência Social e conseguiram avanços importantes com a greve, além de terem contado com o entendimento de grande parte da população e dos usuários. Alguns criticaram a interrupção dos serviços à população, enquanto outros foram solidários ao movimento em prol de melhores salários e condições de trabalho na busca de melhor qualidade no atendimento com menos filas. “Afinal de contas, somos a única categoria profissional no Brasil com a mesma convenção coletiva de trabalho válida em todos os bancos públicos e privados do país”, disse Max Bezerra, lembrando que graças à mobilização da categoria com a greve se conseguiu entre 19,6% e 26,3% de aumento real no piso salarial nos últimos seis anos.
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