Eloir Perdigão
Quem tem oficina mecânica e costuma consertar os carros da clientela na calçada do estabelecimento ou na rua deve mudar de hábito, sob pena de ser multado, além de outras consequências nada agradáveis. Isto porque a Autarquia Municipal de Trânsito (Autran) verificou que estava se tornando corriqueiro na cidade a extensão da área de trabalho das oficinas por toda a rua, causando os mais variados transtornos aos moradores, demais comerciantes, pedestres e até ao tráfego de veículos.
As pessoas mais prejudicadas com tal procedimento acabam sendo justamente aquelas que merecem tratamento especial. As rampas, por exemplo, ficam bloqueadas por carros, impedindo a passagem dos portadores de necessidades especiais e carrinhos de bebê, que têm que se submeter a um verdadeiro malabarismo para conseguir transitar.
A calçada é do pedestre, como faz questão de frisar o superintendente da Autran, Celso Novaes, que recomenda aos proprietários de oficinas que não utilizem as calçadas para o estacionamento de carros de seus clientes – sob pena da autarquia tomar medidas coercitivas, como autuar a infração e até rebocar o veículo, a fim de que o fluxo da rua seja restabelecido. Aliás, como prevê o Código de Trânsito Brasileiro.
As ações já tiveram início. Esta semana a equipe da Autran esteve na Avenida Conselheiro Julius Arp, onde frequentemente a calçada estava cheia de motocicletas. Como resultado da ação, as motos foram retiradas e a calçada liberada. “A calçada é do pedestre”, insiste Novaes. E complementa:
– Os veículos devem ficar no interior do estabelecimento, pois a fiscalização vai continuar.
Outra ação da Autran se deu na Rua Monte Líbano, no Centro, a fim de coibir as filas duplas, e até triplas, o que prejudicava sobremaneira o escoamento do trânsito.
Uma esperança de reforço do contingente da Autran, segundo Celso Novaes, foi o Decreto 42.875, do dia 15 passado, assinado pelo governador Sérgio Cabral, que prevê a contratação de policiais militares pelas prefeituras, de forma terceirizada, impondo regras e condições. De acordo com o superintendente, a Autran deve passar a contar com 15 desses policiais tão logo sejam superados os entraves burocráticos da própria Polícia Militar. Novaes espera este reforço em 15 dias, podendo, já a partir de abril, contar com os policiais para intensificar a repressão aos veículos nas calçadas das oficinas.
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