Uma pesquisa inédita lançada pelo Ministério da Saúde avaliará o uso de remédios pela população brasileira. A Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos entrevistará mais de 38 mil pessoas em 245 municípios. As entrevistas começaram nessa segunda-feira, 23. Os focos são o uso racional de medicamentos e a automedicação.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, lançou a pesquisa no auditório da Fiocruz, em Brasília. Ele alerta que a automedicação não só pode prejudicar a saúde de quem toma remédios por conta própria mas também pode causar morte. "O excesso de medicamentos ou o uso prolongado de um medicamento pode matar devido aos efeitos colaterais e adversos. Basta ler as bulas, vocês vão ver que todos os medicamentos podem ter efeitos adversos. Então o medicamento tem que ser tomado só quando é necessário. Além de ter esses dados de que ele chega até a matar, o uso indevido de medicamentos pode piorar a qualidade de vida, em vez de melhorar, se for utilizado inadequadamente”, diz.
Nos últimos cinco anos foram quase 60 mil internações por automedicação no Brasil. Carlos Gadelha explica que a pesquisa vai dar condições ao ministério para combater o uso indiscriminado de remédios pela população. "A gente pode lançar campanhas massivas e orientar o sistema, inclusive no controle, para que as pessoas sejam orientadas a consumir melhor os medicamentos. Por exemplo, se tem uma pessoa que está consumindo e aumentou muito o consumo de um medicamento pode ficar viciada. E agora, com esse sistema de informação, a gente vai poder chegar à pessoa e ela deixar de consumir desnecessariamente aquele medicamento, porque todo medicamento tem efeito colateral.”
Os 140 entrevistadores coletarão os dados para análise de professores-pesquisadores de 12 instituições, entre universidades e órgãos ligados à saúde. O investimento será de mais de R$ 9 milhões. Os primeiros resultados devem ser divulgados em fevereiro do ano que vem.
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