Os roubos a estabelecimentos comerciais dispararam nos últimos meses em Nova Friburgo. Segundo os relatórios do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram registrados 12 roubos, de janeiro a maio deste ano na cidade - o que representa um aumento de 58,3% no número de casos em relação ao mesmo período de 2015. Isso sem levar em conta os furtos que são contabilizados de outra maneira pelo órgão.
Na última terça-feira 28 de junho, uma mercearia foi assaltada por três homens armados no bairro Varginha. O trio encapuzado invadiu o mercado na Rua Leonino Dutra, por volta das 16h, rendeu os funcionários e levou cerca de R$ 180, um celular e algumas mercadorias. Em seguida, os homens fugiram em um Uno preto, que estava com a placa encoberta por fita isolante.
A Polícia Militar foi acionada e os agentes fizeram buscas na região dos bairros Varginha, Ponte da Saudade e Nova Suíça, mas nenhum suspeito foi preso até o fim da tarde de sexta-feira 1º. Imagens de câmeras de segurança de residências e estabelecimentos comerciais deverão ser usadas para ajudar a identificar o trio de assaltantes.
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e do Sindicato do Comércio Varejista (SinComércio) de Nova Friburgo, Braulio Rezende, é necessário um reforço no policiamento para evitar esses crimes.
“Temos recebido várias reclamações de comerciantes sobre assaltos em suas lojas. Acredito que é preciso aumentar o efetivo de policiais, principalmente, nos centros comerciais de Friburgo. O comandante da PM tem feito um ótimo trabalho na cidade, mas é necessário mais policiamento nesses locais”, disse o empresário.
Os recentes atrasos dos pagamentos aos policiais que aderem ao Regime Adicional de Serviço (RAS) para reforçar o policiamento ostensivo reduziram em 20% o número de agentes nas ruas de Nova Friburgo nos últimos meses. O extra não é pago aos PMs desde o segundo semestre do ano passado, quando a Polícia Militar começou a cortar gastos por causa da crise financeira pela qual passa o estado.
Nesta semana, A VOZ DA SERRA mostrou que a Secretaria estadual de Segurança determinou que os tanques das viaturas das policiais civil e militar só podem ser abastecidos com até 30 litros por dia. O pagamento de fornecedores, entre eles a Petrobras Distribuidora, responsável por fornecer gasolina e álcool, para as duas corporações está atrasado.
“A cota foi adotada no combustível para evitar que a circulação das viaturas fosse inviabilizada, até que a situação no governo do estado se estabilize. Temos combustível suficiente para o período, mas tiramos alguns carros administrativos de circulação para reduzir as despesas durante esta fase financeira difícil. As viaturas do patrulhamento ostensivo, da P2 (investigação) e do comandante continuam sendo usadas na cidade”, explicou o comandante do 11º BPM, coronel Carlos Eduardo Hespanha.
Na última quinta-feira, 30 de junho, foi publicada no Diário Oficial da União a medida provisória que libera R$ 2,9 bilhões para o Rio de Janeiro, depois que o governador em exercício, Francisco Dornelles, declarou estado de calamidade pública por causa da crise financeira no estado. O dinheiro destinado para honrar compromissos para a Olimpíada, que começa em 5 de agosto, será suficiente para arcar com os custos da Secretaria de Segurança por três meses. Hoje, a segurança do estado consome R$ 940 milhões por mês. O restante dos recursos será destinado à saúde e ao transporte público (metrô e barcas).
No mesmo dia o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que os policiais deverão receber até o dia 10 deste mês a metade dos salários de maio e o total dos vencimentos de junho, assim como prêmios referentes ao cumprimento das metas.
Beltrame afirmou ainda que vai tentar quitar as dívidas do RAS, pagos a policiais que fazem hora extra, e espera normalizar a situação dos salários até o fim do ano.
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