Aulas no Centro Tecnológico da Faetec ainda sem data para começar

Com crise, coordenação ainda estima queda no número de cursos oferecidos pela unidade
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
por Karine Knust
Em Nova Friburgo, o CVT funciona em Olaria (Foto: Henrique Pinheiro)
Em Nova Friburgo, o CVT funciona em Olaria (Foto: Henrique Pinheiro)

Quem procura um dos cursos profissionalizantes oferecidos pelo Centro Vocacional Tecnológico (CVT) — unidade da Fundação de Apoio à Escola Técnica no Estado do Rio de Janeiro (Faetec) —, em Nova Friburgo, está dando “de cara com a porta”. Isso porque, apesar da unidade já ter saído do recesso de ano novo e estar em funcionamento, ainda não há informações sobre quando aulas vão começar e quais cursos estarão disponíveis.

De acordo com o coordenador da unidade, Sandro Alves, a expectativa é que as inscrições comecem logo após o Carnaval, mas ainda é preciso aguardar o parecer do governo do estado. “Não temos nenhuma estimativa em relação ao começo das aulas, mas esperamos que seja nas próximas semanas. Antigamente, as inscrições já começavam no fim de janeiro, agora, com essa crise, não temos previsão”, afirma ele.

Quando inaugurado, o espaço oferecia mais de 10 cursos profissionalizantes e técnicos destinados a jovens e adultos. Dentre eles estavam curso de camareira, auxiliar de cozinha, cozinha industrial, bartender, montador e reparador de microcomputadores, operador de computadores, auxiliar administrativo, inglês, francês e espanhol. Atualmente, entretanto, a estimativa é que esse número não chegue nem a metade.

“Tivemos contratos que não foram renovados e o estado não fez a reposição destes profissionais. Com isso, acredito que, inicialmente, só devem abrir turmas para os cursos de inglês e informática. Já tivemos mais de 500 alunos aqui, agora esse número, com certeza, será bem menor”, diz Sandro.

Vinculados a secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, os servidores da Faetec também fazem parte do grupo dos que estão recebendo salários em parcelas. Em meados de janeiro deste ano, A VOZ DA SERRA publicou matéria sobre a situação dos terceirizados da instituição. Os profissionais que trabalham nas áreas de limpeza, segurança e secretaria estavam sem receber salários há pelo menos três meses, o  benefício do décimo-terceiro também não havia sido pago. Sobre esses assuntos, porém, a coordenação da unidade preferiu não se pronunciar.

Para os interessados nos cursos gratuitos oferecidos pela Faetec, a orientação é acompanhar o site da instituição (http://www.faetec.rj.gov.br/). Através dele é possível fazer a inscrição, assim que liberadas, e ter acesso aos calendários de aula, assim que disponibilizados. Os candidatos são selecionados através de sorteio.

Renegociação de contratos

No início desta semana, o governo do estado divulgou a renegociação dos contratos da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) com as empresas terceirizadas. A redução, segundo a secretaria de Ciência e Tecnologia, foi de 40% nos custos de cada um. Segundo o secretário da pasta, Pedro Fernandes, a economia não afetará a qualidade dos serviços prestados e possibilitará que as unidades estejam em bom funcionamento no retorno das aulas, que estaria marcado para o próximo dia 6 de março, pelo menos, no Rio de Janeiro.

Dívidas de mais de 300 milhões

Apesar da promessa de começar o ano letivo da rede Faetec no próximo dia 6, o deputado estadual e presidente da Comissão de Educação da Alerj, Comte Bittencourt, não acredita que o estado terá viabilidade para fazer esse retorno. Segundo Comte, a fundação tem uma dívida de mais de R$300 milhões e um orçamento abaixo do que foi praticado em 2016. Durante reunião do Colegiado, no início desta semana, o parlamentar anunciou que pretende se reunir com o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, para debater o planejamento financeiro da instituição.

“Do orçamento de R$ 779 milhões, o governo só conseguiu pagar R$449 e já começa devendo mais de R$300 milhões. Não tem como reiniciar o ano letivo nessas condições, principalmente porque para 2017, a dotação orçamentária será ainda menor, registrando uma retração de 3,34%. É preciso que o governo adeque as atividades da Faetec a um orçamento real”, explicou Comte.

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