Aula de Nordeste: Alunos do Samba fecha desfiles exaltando a cultura nordestina

Em destaque os retirantes, que deixaram as cidades de origem com destino ao Rio de Janeiro, em busca de uma vida melhor
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
por Vinicius Gastin
(Fotos: Juliana Tostes e Marcos Tostes)
(Fotos: Juliana Tostes e Marcos Tostes)

O Zé Carioca colocou o chapéu típico, carregou o sotaque e levou para a Avenida a cultura nordestina. A região, caracterizada por personagens, histórias, culinária e costumes peculiares foi o tema do Alunos do Samba, que cantou o enredo “Vixe, Mainha! Oxente, cabra da peste. Meu Zé Carioca vem exaltar a brava nação do Nordeste.” Em destaque os retirantes nordestinos, que deixaram as cidades de origem com destino ao Rio de Janeiro, em busca de uma vida melhor.

Essas histórias e todo o sofrimento do povo descrito no enredo foram representados nos quatro carros alegóricos e alas. Antes, os 12 Retirantes da comissão de frente trouxeram a mensagem sobre a bravura do nordestino, que deixou a terra natal em busca de prosperar na vida. O tripé, a princípio deitado, era levantado e transformava-se em Igreja para reforçar a fé daquele povo que rumava para o estado fluminense. Na sequência, o Carcará do carro abre-alas trouxe as primeiras impressões sobre a passagem do Alunão pela passarela. O sertão e a seca misturavam-se à esperança da migração pelas alas da escola, chegando à esperança do fim da vida Severina, como retrata um trecho do samba-enredo. 

Se o sofrimento do povo do Nordeste foi lembrado, os sonhos de encontrar uma vida mais tranquila rechearam boa parte do desfile do Alunos do Samba. A natureza, a água e o esplendor na natureza carioca foram representados por Mosquito e Joyce, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. O surfe e o futebol são lembrados antes da exaltação à cultura nordestina. A escultura de “Padim Pai de Ciço” e figuras famosas da região preencheram a última alegoria. O povo arretado levantou a poeira do chão no arrasta-pé promovido pela agremiação de Conselheiro Paulino.

As 18 alas trouxeram fantasias coloridas, e bastante animação dos componentes. A bateria do Mestre Arilson contou com 90 ritmistas, acompanhados pela Rainha Jucele e pela Musa Ketelin, e foi um show à parte. Mesclou desde paradinhas que reproduziam sons típicos do Nordeste até um “paradão”, onde o som era totalmente interrompido para que a escola e o público pudessem cantar o trecho “vai ter auê no arrasta-pé do Alunão”. O samba, composto por Léo do Cavaco, Niu Souza, Evandro Malandro e Wilson Bizar, foi interpretado por Nego Roger, e contemplou em sua belíssima letra as expressões, personagens e costumes do Nordeste. Depois do retorno em 2016, o Alunos do Samba deixou novamente orgulhosa a comunidade de Conselheiro Paulino e toda a Nova Friburgo com a bela apresentação.

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TAGS: carnaval 2017
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