Na maioria das vezes, quando o jovem se casa, já vem preocupado com a sogra. Será que vai gostar de mim, aceitar-me? É natural que as mães desejem sempre o melhor para seus filhos. O que é engraçado é que a maioria das pessoas pensam na sogra como um bicho-papão. E ninguém pensa no sogro? É melhor mantermos a conversa em sogra, que, além de mula sem cabeça, megera e bruxa, tem pior: é o motivo principal das piadas. Já ouviu alguém fazer piada sobre sogro? Garanto que não. Mas sobre sogra existe um repertório excelente.
Mesmo quando a sogra realmente trata as noras e os genros igual aos filhos, sempre há uma certa desconfiança. É por isso que eu acho que a palavra “sogra” deveria estar entre as palavras pornográficas que não se podem falar em público sem ferir a sensibilidade auditiva dos ouvintes.
As sogras precisam ser perfeitas vinte e quatro horas por dia, para não ferir os ouvidos de noras e genros, pois, muitas vezes, com uma palavra falada sem a mínima intenção, o mundo vem a baixo, surgem rivalidades, afastamentos e outros acidentes que podem até ser geográficos.
Acho que deveria existir um cursinho de extensão para as pessoas aprenderem a ser sogras e ao mesmo tempo se defenderem dos mal-entendidos com sabedoria para não prejudicar a união familiar.
Realmente há sogras ciumentas que, mesmo antes do casamento, já criam problemas; há até as que não vão ao casamento da filha ou do filho. É a pior besteira que podem fazer. É preferível arrepender-se de ter ido do que de não ter ido, porque vai ficar para sempre um ponto de partida para incompreensões. Não é preciso ela gostar do genro ou da nora, o importante é que eles se gostem e sejam felizes: É compreender, ajudar no que estiver ao seu alcance, não se meter na vida do casal, deixar que eles toquem a vida como quiserem, mesmo que você sofra muito com as decisões que eles tomarem. Pode molhar o travesseiro, chorar a noite inteira para relaxar ou dar uma volta no quarteirão.
(*) – Médica Geriatra e escritora colaboradora de jornais e revistas
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