Lucas Vieira
Na edição da última sexta-feira, 5, de A VOZ DA SERRA, um leitor enviou através do WhatsApp do jornal imagens de um orelhão que foi vítima de vandalismo na Rua Moisés Amélio. A situação não é inédita. Os telefones públicos são alvos dos vândalos há bastante tempo. Porém, este trouxe uma situação nova: um morador, de forma anônima, escreveu um protesto como se fosse o orelhão destruído contando a história de como o ataque aconteceu.
A crítica feita pelo morador, com toques sarcásticos, narra o que aconteceu durante a madrugada e denuncia também a violência. O texto, na íntegra diz:
"Bom dia!!!
Meu nome era Orelhão da Rua Moisés Amélio. Às 5h01 da manhã de hoje havia um cidadão fazendo algazarra aqui nesta rua, e ligaram para a Polícia Militar (190) solicitando que uma patrulha viesse aqui. Disseram que já estariam mandando.
Às 5h15 novamente ligaram para a Polícia Militar, quando o referido cidadão, embriagado, diga-se de passagem, começou a me usar, mal sabia eu pela última vez, para que viessem, pois, continuava com a algazarra e temiam pela minha vida.
Mas não vieram, e às 5h18 morri, após severos golpes, e fui aqui jogado como um lixo por aquele cidadão embriagado, que por omissão da Polícia Militar, ou seja, de nossos governantes, deixou que isso acontecesse comigo, mesmo tendo só uma pessoa ligado duas vezes, preocupado com o que poderia acontecer à rua e posteriormente a mim.
Isso que aconteceu comigo, um pobre orelhão sem vida, poderia ter acontecido com você, seu pai, sua mãe, seu filho, seu neto, seu amigo, ou seja, com qualquer um diante da flagrante omissão de nossos governantes.
Até um dia, infelizmente deixo de prestar meu serviço essencial por tempo indeterminado.
Faça a sua crítica quanto ao fato ocorrido, porque eu nem isso posso fazer, morri.”
Apesar de hoje a utilização do serviço de telefonia celular já ser bastante difundida, o serviço de telefonia pública ainda é de extrema importância, principalmente em casos emergenciais. Segundo informações de um funcionário da companhia de telefonia, que optou por não se identificar, hoje Nova Friburgo conta com um número entre 1.500 e 2.000 orelhões, espalhados em todas as imediações do município, incluindo seus distritos. Além disso, segundo ele, o número de telefones vítimas do vandalismo diminuiu nos últimos anos: "Hoje nós temos casos muito escassos, eles reduziram consideravelmente de algum tempo para cá. Há cerca de oito anos, a gente tinha por volta de 50 casos por semana; atualmente, a média é de cinco por semana.”
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