Atletas do Cotidiano: Andelvan Passos

Cercado de montanhas, cortado por trilhas, banhado por rios e cachoeiras, município é uma boa opção para atletas
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
por Ana Borges
Atletas do Cotidiano: Andelvan Passos

Desde o último dia 6, quando os primeiros atletas davam início aos Jogos Olímpicos Rio 2016, A VOZ DA SERRA abriu espaço para revelar alguns de nossos atletas amadores. Eles são profissionais liberais e/ou funcionários públicos e de empresas privadas, que se dedicam a treinos diários ou restritos aos fins de semana.  

Ouvimos relatos de pessoas que encontraram na atividade física uma alternativa para driblar o estresse de cada dia e ter uma vida saudável. A série foi aberta com o advogado José Carlos Alves, que começa o dia a bordo de sua bicicleta, com a qual pratica mountain bike. Em seguida mostramos a ginecologista Vera Barcellos Leal, que entrou para o atletismo correndo e hoje participa de competições em várias cidades do estado, conquistando posições, como o 3º lugar em uma recente Beach Biatlhon, prova que reúne natação e corrida na areia.   

Andelvan Passos, tecnólogo de TI, nosso entrevistado da vez, é adepto do mountain bike, assim como a maioria de nossos atletas amadores. Del, como o chamam seus amigos, ganhou sua primeira bicicleta na infância e como qualquer menino, vivia pra cima e pra baixo com ela. “Fugi de casa muitas vezes, o que deixava minha mãe louca. Quando ela via que a bicicleta também não estava lá, sabia que eu só ia voltar no fim do dia. Eu sumia, na volta levava uma bronca, mas continuava fugindo”, confessa Del, se divertindo com a lembrança das travessuras de menino que se embrenhava nas trilhas, em meio às matas, nos arredores do bairro Bela Vista, onde cresceu. 

O garoto se dirigia para o Vale dos Pinheiros, pedalando por onde hoje está a Via Expressa. “Naquele tempo aquele lugar era só uma passagem de terra cercada de mato. Eu me embrenhava por ali e ia até o Cônego. E a pé, ia até as Catarinas. Essa atividade sempre me deixava animado, feliz. Da mesma forma, hoje tenho as mesmas sensações ao fazer o circuito até Mury, pela linha do trem. Aliás, Friburgo é um paraíso para quem gosta de esportes como mountain bike, ciclismo, escalada, rafting, corrida, e tantos outros. Nosso relevo favorece todas essas práticas”, lembrou Andelvan.    

Hoje, 25 anos depois de adotar a prática do mountain bike, Andelvan continua se divertindo ao pedalar, seja em pequenas ou grandes distâncias. A única diferença está no jeito de ver as coisas. Suas andanças adquiriram novos contornos, como a forma de lidar com o que está ao seu redor. Um de seus passeios preferidos, com um grupo de amigos, é ir até Macaé de Cima, observando a natureza e aproveitando para fiscalizar o meio ambiente. “Dá para perceber as mudanças nas trilhas, nos percursos, as alterações nas matas. Quando encontramos alguma ilegalidade, uma agressão ao meio ambiente, a gente comenta com as pessoas, e em alguns casos, denunciamos ao poder público. Acho que todos que praticam esportes ao ar livre têm essa consciência ambiental”, ressaltou. 

Outro circuito que lhe dá o maior prazer de fazer é o que o leva até a cidade de Casimiro de Abreu: ele desce a serra, passa por Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Rio Bonito, Silva Jardim. “A gente leva o dia inteiro fazendo esse circuito, que é muito bonito. E o legal desses passeios é o que encontramos pelo caminho. Pessoas amigáveis, gentis, que não medem esforços para ajudar se precisamos, seja porque temos alguma dúvida nos percursos, se uma peça quebra, se alguém do grupo se machuca. De tanto andar por aí, fazemos amizade com figuras muito legais, pessoas simples e cheias de sabedoria. Estamos sempre aprendendo”, contou.

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