Música, dança, exposição de fotografias, roda de conversas e leitura, e oficinas são algumas das intervenções que os ativistas do movimento social “Abraço às Árvores - S.O.S. Praça Getúlio Vargas” realizarão na tarde deste sábado, 30 de janeiro, no Centro. O grupo ocupará a principal praça de Nova Friburgo mais uma vez, a partir das 16h, para celebrar um ano de mobilizações em torno dos polêmicos cortes e poda dos centenários eucaliptos, mas, principalmente, em defesa da participação social nas decisões que envolvem a cidade.
“O grupo entende que é preciso atuar criticamente sobre a estagnação pública da política cultural e artística em nossa cidade, e reagir contra a aceitação passiva de discursos factóides e posturas autoritárias advindas de reproduções colonialistas. Efetivamente participar e influenciar nas tomadas de decisão pública. E uma das formas dessa atuação é por vias artísticas e culturais através da ocupação do espaço público - a praça, local de origem de formação do grupo”, dizem os ativistas.
Entre as atrações do evento neste sábado, haverá apresentação musical dos grupos Trio Glaziou e Dança Sagrada, oficinas sobre espécies da Mata Atlântica e de produção de sementes e mudas de eucalipto robusta, típico da praça. As pessoas que passarem pelas alamedas poderão observar instalações do artista Marcelo Brantes, as obras em tecelagem de Cesar Marçal e também o projeto “Ondulações”, de Lúcia Vignolli.
“Quando pensamos em Nova Friburgo, vem a nossa memória a praça. Ali passeamos, buscamos sombra, conversamos, crianças brincam, namorados se encontram, artesãos fazem feira, a arte acontece nas apresentações das bandas e dos artistas. Ali tem histórias, tem encontro de pessoas, tem patrimônio vivo e imaterial”, diz o manifesto do grupo.
O movimento social “Abraço às Árvores - S.O.S. Praça Getúlio Vargas” é formado por profissionais voluntários, historiadores, pensadores, cineastas, arquitetos e artistas que ao longo de 2015 ocuparam a praça com protestos e intervenções depois que pelo menos 20 árvores foram cortadas durante operação de poda e corte dos eucaliptos realizada pela prefeitura.
A quantidade de cortes e a suspeita de irregularidades nos serviços repercutiu a ponto de o Ministério Público Federal abrir inquérito para investigar a operação na praça. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado e estabeleceu condições para a operação de corte emergencial dos eucaliptos da praça, e fixou prazos para o cumprimento de medidas compensatórias e para o início da execução do projeto de revitalização do local. Enquanto isso, a prefeitura só pode realizar intervenções nas árvores em situações emergenciais, para evitar queda de galhos e acidentes.
A Praça Getúlio Vargas foi projetada pelo paisagista francês Auguste François Marie Glaziou, o mesmo que desenhou a Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, e os jardins do Museu Imperial, em Petrópolis. A praça foi tombada como patrimônio histórico em 1976.
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