Atividades na Praça Dermeval marcam o Dia da Luta Antimanicomial em Nova Friburgo

A programação contou com várias atividades que atraíram a atenção para a humanização do atendimento psiquiátrico
quarta-feira, 18 de maio de 2016
por Flávia Namen
As oficinas de teatro foram um dos destaques da programação, que atraiu um público diversificado. Alguns participantes trajavam camisas com frases de efeito como “Soltem os loucos, prendam os corruptos”, numa espécie de protesto contra a atual crise política nacional (Foto: Lúcio César Pereira)
As oficinas de teatro foram um dos destaques da programação, que atraiu um público diversificado. Alguns participantes trajavam camisas com frases de efeito como “Soltem os loucos, prendam os corruptos”, numa espécie de protesto contra a atual crise política nacional (Foto: Lúcio César Pereira)

Levar para a praça a discussão sobre a importância da inserção social das pessoas com transtornos psíquicos e sua valorização como indivíduos capazes e atuantes. Essa foi a proposta do evento promovido nesta quarta-feira na Praça Dermeval Barbosa Moreira, pelo Dia Nacional da Luta Antimanicomial. A data, lembrada em 18 de maio, simboliza a luta por uma sociedade mais includente, capaz de construir uma rede de acolhimento para as pessoas em sofrimento psíquico, garantindo seus direitos à moradia, trabalho, lazer e convivência social. 

A programação contou com várias atividades que atraíram a atenção de quem passava pelo local para a humanização do atendimento psiquiátrico. Oficinas de teatro, varal com mensagens alusivas à data, apresentações musical da banda Orange House e distribuição de folhetos foram os destaques do evento que movimentou a praça. A coordenação ficou a cargo da equipe do Centro de Atenção Psicossocial de Nova Friburgo (Caps) e do Núcleo de Saúde Mental ComVida, capitaneado por Marcelle Nader.

“Soltem os loucos, prendam os corruptos”
Quem passou pela praça também pôde conferir os estandes montados no local para divulgar o trabalho do Caps e as peças do Bazar Criarte, como bolsas de crochê, mosaicos e quadros produzidos pelos usuários nas oficinas terapêuticas. Integrantes do coral do Caps, coordenado por Leandro Goretkin Abrantes, abriram o evento com uma ciranda lúdica e esbanjaram animação. 

O público mais atento também conferiu as camisetas que alguns participantes trajavam com frases de efeito como “Soltem os loucos, prendam os corruptos”, numa espécie de protesto contra a atual crise política nacional. Em função disso, a bandeira do Brasil ficou em evidência nas várias oficinas teatrais realizadas. 

Para a nova coordenadora do Caps, a psicóloga Líllian Black, a ação cumpriu com a proposta de mostrar à sociedade que o transtorno mental não é impedimento para o convívio social. “Esse evento é importante para dar visibilidade ao nosso trabalho e desmistificar o preconceito que ainda existe em torno da doença mental. Apesar de tantos anos da luta antimanicomial, muita gente ainda acha que a internação é a melhor alternativa e precisamos mostrar que é possível um tratamento de qualidade, com mais amor e voltado para uma sociedade mais inclusiva”, disse ela, que assumiu o cargo há um mês. 

Caps tem trabalho pioneiro 
Fundado em junho de 2004, o Caps é um serviço municipal na área de saúde mental, que cumpre o determinado pela Reforma Psiquiátrica Brasileira, atendendo as diretrizes da lei federal 10.216. Promulgada em 2001, a lei diz que os portadores de transtornos mentais devem ser cuidados com humanidade e respeito e, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental. Determina também  o tratamento menos invasivo possível, visando à inserção na família, no trabalho e na comunidade.

O atendimento do Caps decorre desta reforma, na qual o foco do tratamento sai da instituição hospitalar e se concentra no convívio humano e social. Localizado na Avenida Comte Bittencourt, 142, o centro oferece cuidados individualizados através de uma equipe multidisciplinar e atividades terapêuticas como de marcenaria e artesanato, estimulando a expressão artística dos usuários e favorecendo a reinserção profissional.

 

  • Quem passou pela praça também pôde conferir os estandes para divulgar o trabalho do Caps e as peças do Bazar Criarte (Foto: Lúcio César Pereira)

    Quem passou pela praça também pôde conferir os estandes para divulgar o trabalho do Caps e as peças do Bazar Criarte (Foto: Lúcio César Pereira)

  • Quem passou pela praça também pôde conferir os estandes para divulgar o trabalho do Caps e as peças do Bazar Criarte (Foto: Lúcio César Pereira)

    Quem passou pela praça também pôde conferir os estandes para divulgar o trabalho do Caps e as peças do Bazar Criarte (Foto: Lúcio César Pereira)

  • A nova coordenadora do Caps, a psicóloga Líllian Black, destacou a importância do evento para desmistificar o preconceito que ainda existe em torno da doença mental (Foto: Lúcio César Pereira)

    A nova coordenadora do Caps, a psicóloga Líllian Black, destacou a importância do evento para desmistificar o preconceito que ainda existe em torno da doença mental (Foto: Lúcio César Pereira)

  • Quem passou pela praça também pôde conferir os estandes para divulgar o trabalho do Caps e as peças do Bazar Criarte (Foto: Lúcio César Pereira)

    Quem passou pela praça também pôde conferir os estandes para divulgar o trabalho do Caps e as peças do Bazar Criarte (Foto: Lúcio César Pereira)

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TAGS: manicômio | Caps
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