O que era para ser uma viagem dos sonhos à capital cultural e gastronômica do mundo, acabou se transformando em uma estadia marcada pela tensão e a incerteza. Estamos falando do passeio que uma família friburguense está fazendo por Paris nestes dias em que a “Cidade Luz” foi alvo do maior atentado terrorista de sua história. O professor aposentado Reginaldo Lima e Silva e sua filha, a jornalista Gabriela de Freitas, chegaram a capital da França na noite do último dia 12, horas antes da série de ataques ocorrida na sexta-feira, 13, que culminou na morte de 129 pessoas e deixou outras 415 feridas. Pai e filha viveram de perto todo o clima de apreensão, medo e incerteza que tomou conta da cidade e deram um relato exclusivo à equipe de A VOZ DA SERRA sobre o cenário pós-massacre na capital francesa.
Segundo Gabriela, que é friburguense e trabalhou por alguns anos como diagramadora de A VOZ DA SERRA, a movimentada cidade perdeu seu brilho com o fechamento de importantes pontos turísticos. “ A Torre Eiffel estava fechada e desligada à noite, os cinemas e lugares de grande concentração de público também não recebem ninguém, shows estão proibidos de acontecer e a cidade está cheia de avisos com telefones de emergência. As pessoas estão nas ruas, as padarias, restaurantes e grandes redes de lojas estão funcionando. Alguns estabelecimentos, porém, resolveram manter o luto nacional e trancaram as portas”, disse a jornalista, que atualmente reside no Rio de Janeiro.
Apesar da sensação de insegurança que tomou conta de parisienses e turistas e da decretação do estado de emergência em todo o país pelo presidente da França, François Hollande, os friburguenses decidiram prosseguir com o passeio e permanecem na “Cidade Luz” até esta terça-feira, 17. A estadia, entretanto, vem sendo pontuada por cenas que não costumam fazer parte de uma viagem turística, a primeira a Paris feita por Reginaldo que reside no Centro de Nova Friburgo. “Vi policiais armados, revista a carros e transeuntes. Um câmera, que parecia de uma emissora de TV ou agência de notícias, filmava aos pés do símbolo maior de Paris (Torre Eiffel) e foi questionado pela polícia. Militares dividem espaço nos pontos turísticos junto a pessoas do mundo todo com suas máquinas fotográficas nervosas por um registro. Em uma grande loja de departamento, as mulheres não entravam sem que suas bolsas passassem pelo olhar da segurança”, disse Gabriela.
Em meio a vigilância reforçada, Paris vem retomando seu cotidiano e mostrando ao mundo que continua uma cidade pulsante, conforme observam os friburguenses. “O clima não é de pânico. Parisienses mantêm a rotina diária de exercícios, passeiam com crianças e cachorros pelos parques. Parece que a vida segue, talvez com a tristeza da tragédia, mas a roda continua a girar. Nos basta orar pelas as almas que nos deixaram e pelas vítimas que lutam pela vida nesse momento. Dedicamos o dia de hoje às preces na Sacré Couer.#prayforparis”, concluem Gabriela e Reginaldo.
Turistas friburguenses não cancelam viagens
A reportagem do jornal entrou em contato com algumas agências de viagens da cidade para conferir se os friburguenses que pretendem viajar a Paris estão cancelando seus passeios em função dos violentos atentados ocorridos dia 13 na capital francesa. A dimensão dos ataques parece que não está intimidando os turistas de Nova Friburgo, conforme atesta um casal que embarcou na noite de domingo, 15, segundo a agência Flybourg. Outro casal que agendou o passeio pela Genebra Turismo , já confirmou o embarque para esta terça-feira, 17, comprovando que a “Cidade Luz” continua sendo um lugar especial para muita gente.
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