Atendimento do setor de saúde é criticado por moradores do Prado

segunda-feira, 17 de setembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra

Quando a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) foi inaugurada na Avenida Roberto Silveira, no Prado, parecia a redenção do setor de saúde naquele populoso bairro e adjacências, pois não havia—e ainda não há—um posto de saúde ali. Mas não foi o que aconteceu na realidade, já que ali também faltam profissionais de saúde. Sem contar que pacientes de todo o distrito de Conselheiro Paulino e de toda a cidade são levados para aquela unidade. 
De acordo com Edson Carlos Silva de Souza, presidente da Associação de Moradores do Santo André, moradores locais sentem falta de um posto de saúde, que não precisaria ser necessariamente dentro do bairro, porém não muito distante. Até mesmo um próprio municipal poderia ser aproveitado para esse posto.
Edson sugere que os mesmos médicos que atendem no posto de saúde de Conselheiro Paulino (fora de mão para quem mora no Prado e adjacências, principalmente para os que se deslocam a pé) possam trabalhar no pretendido posto do Prado, com outros reforços. Só na comunidade do Santo André são cinco doentes acamados, que são atendidos por uma médica do Hospital Municipal Raul Sertã. Ela, com a maior boa vontade, faz o tratamento desses doentes e prescreve a receita. Porém não é de sua competência trabalhar com a parte neurológica, necessidade premente naquela comunidade, com doentes que precisam tomar medicamentos considerados fortes, que não têm sido possíveis por falta da receita específica (azul). Um neurologista se torna, então, importante. 
“A parte da saúde está degradante aqui”, atesta Edson. Ele cita que é muito difícil um pedido de ambulância para um doente local ser atendido. “A da UPA, então, é preciso quase forçar para sermos atendidos”. E Edson pergunta onde estão as ambulâncias adquiridas. Apenas um pequeno posto de saúde e uma ambulância bastaria para a região do Prado e adjacências, incluindo o Jardim Califórnia, com uma população estimada em 15 mil pessoas. “Este é o caminho. É o que está faltando aqui”, encerra.
A gerente de Atenção Integral à Saúde da Fundação Municipal de Saúde, Soraya Babo, se referiu ao Plano Municipal de Saúde, que não contempla o Santo André e nem há previsão de construção de um posto no bairro. Ela sugeriu que os moradores encaminhem a solicitação ao presidente da Fundação Municipal de Saúde, Rafael Tavares Garcia, que é também presidente do Conselho Municipal de Saúde.
CENTRAL DE AMBULÂNCIAS – O responsável pela Central de Ambulâncias da Fundação Municipal de Saúde—que funciona anexa ao Hospital Municipal Raul Sertã—, Luiz Carlos Garcia, traçou um pequeno diagnóstico do setor para mostrar o que acontece não apenas no Prado, mas em todo o município. Ele explicou que o setor dispõe de apenas cinco motoristas, e as ambulâncias são 16. Precisaria de, no mínimo, mais seis motoristas para que o atendimento fosse um pouco melhor. Esses cinco motoristas trabalham nas remoções internas e externas e também nos eventos (o responsável lembra que um jogo de futebol profissional, por exemplo, não se realiza se não houver uma ambulância disponível no campo).
Em função do número reduzido de motoristas, 11 ambulâncias, que deveriam servir aos bairros e distritos, estão paradas, deixando a população desprovida desse equipamento. Outros quatro motoristas trabalham na emergência, em plantões de 24h por 72h, um a cada quatro dias.
Luiz Carlos lamenta que a Central de Ambulâncias ainda sofre—e muito—com os trotes. Diferentemente do Corpo de Bombeiros, o setor não tem o dispositivo bina, que mostra o número do telefone que está chamando. Os bombeiros só fazem o atendimento depois que retornam a ligação, o que não é possível na central.
Os pedidos de ambulâncias devem ser feitos pelo telefone direto 192—emergência—, devendo a pessoa fornecer todos os dados necessários, como endereço correto e a situação do paciente. Assim mesmo, apesar da situação de emergência, as pessoas devem ter paciência, pois às vezes as ambulâncias já estão atendendo outro chamado.
Para Luiz Carlos, a solução do setor passa pela contratação de mais motoristas, o que possibilitaria até a volta das ambulâncias aos postos de saúde espalhados pelo município. Por enquanto, o setor tem feito mais que o possível. “Nós estamos fazendo mágica”, finaliza.

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