Associação Psicanalítica abre clínica social acessível à população em geral

terça-feira, 21 de maio de 2013
por Jornal A Voz da Serra

Muita gente tem vontade de fazer análise, mas não tem possibilidade de pagar pelas sessões que, como se sabe, são caras. A partir de agora, porém, este tipo de terapia estará disponível para a população em geral, com a criação da Clínica Social da Associação Psicanalítica de Nova Friburgo (APNF). 

A equipe é composta por profissionais com formação na área e que passaram por análise pessoal, como os principais institutos de formação psicanalítica do Brasil e do exterior recomendam. 

O método psicanalítico, desenvolvido por Sigmund Freud há mais de cem anos, vem sendo continuamente aperfeiçoado por psicanalistas e instituições ao redor do mundo. Segundo a psicanálise, o sofrimento emocional possui uma lógica própria, e o primeiro passo do tratamento consiste em decifrá-la. Em outras palavras, para conseguir lidar com o sofrimento é necessário, antes de tudo, compreendê-lo. 

A Clínica Social conta com a supervisão dos psicanalistas Carlos Pires Leal e Elizabeth Hermanson, coordenadores da Associação Psicanalítica de Nova Friburgo. Ambos consideram que a busca atual por soluções rápidas faz a psicanálise parecer menos atrativa, comparada a outros métodos que prometem controle rápido do sofrimento emocional. "É verdade e compreensível que as pessoas tenham pressa e queiram se livrar da dor emocional no menor tempo possível. O que não é revelado ao grande público é a baixa eficácia de várias modalidades de tratamento a médio e longo prazo. As melhoras obtidas evanescem com a mesma rapidez com que foram obtidas”, alerta Elizabeth. 

"Quando compreendidos de uma forma empobrecida, os medicamentos também acenam com o controle imediato dos sintomas emocionais. Cerca de 30 % dos pacientes, por exemplo, são refratários aos antidepressivos”, continua. Porém, a especialista não é de opinião de que o tratamento psicanalítico deva necessariamente se estender por anos. "As psicoterapias analíticas breves, os dispositivos grupais orientados pela compreensão psicodinâmica, as terapias de casais e família, entre outros, são geralmente experiências terapêuticas com tempo curto ou médio de duração”, explica. 

Muita gente pergunta se quem está fazendo psicanálise pode, simultaneamente, tomar medicamentos. Carlos Leal não vê incompatibilidade entre o uso de psicofármacos e o tratamento psicanalítico. Segundo ele, devido à gravidade e intensidade de alguns tipos de sofrimento, o paciente em análise muitas vezes precisa ser medicado. Há casos em que o processo tende a ser mais eficaz e harmônico quando há uma boa interação entre os profissionais encarregados por cada uma destas abordagens. "Mas quando o tratamento se transforma num campo de disputa pela primazia de uma das orientações, o paciente perde. E a ciência também”, afirma. 

Nesta primeira fase, a Clínica Social não vai atender crianças nem pessoas com quadros muito graves, como portadores de transtornos psicóticos ou com dependência química. Quem se interessar pode ligar para o telefone (22) 2523-1019 ou mandar e-mail para associacaopsicanaliticanovafri@gmail.com. Mais informações no site www.apnf.com.br/clinica.php. 


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