Associação celebra nesta quinta o Dia Nacional dos Ostomizados

Instituição com mais de 20 anos de fundação atende a diversos municípios do Centro-Norte fluminense
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
por Karine Knust
Odgir Rapizo e Avanir Schuenk Thurler na frente da AOCNF. Instituição é responsável por distribuir bolsas de colostomia, ileostomia e urostomia a mais de 150 associados
Odgir Rapizo e Avanir Schuenk Thurler na frente da AOCNF. Instituição é responsável por distribuir bolsas de colostomia, ileostomia e urostomia a mais de 150 associados

Nesta quinta-feira, 24, a partir das 14h, a Associação dos Ostomizados do Centro Norte Fluminense (AOCNF) organizou uma programação especial. A última reunião deste ano contará com uma festa e palestras para celebrar o Dia Nacional dos Ostomizados, que transcorreu oficialmente no último dia 16.

Criada em 1991, pelo médico proctologista Roberto Bonfim, a AOCNF é uma associação sem fins lucrativos que auxilia pessoas que passaram pela ostomia — procedimento cirúrgico que consiste na abertura de um órgão oco como a bexiga e o intestino — e que precisam utilizar uma bolsa especial para a extração das fezes e da urina do organismo. Apesar de ser utilizado apenas um nome (ostomizado) para definir as pessoas que passam por essa intervenção cirúrgica, são três os tipos de bolsas (colostomia, ileostomia e urostomia) e diversas as razões pelas quais pacientes precisam ser operados.

Avanir Schuenk Thurler, presidente da AOCNF, por exemplo, tem 65 anos e aos 25 descobriu a retocolite ulcerativa, uma doença que causa inflamação do revestimento do cólon ou do reto. Sem conseguir sucesso com os tratamentos que fez ao longo de diversos anos, Avanir precisou ser submetido a uma cirurgia. “Com 42 anos tive que passar pela mesa de operação, não tinha mais o que fazer”, conta ele que desde então usa a bolsa de ileostomia (intervenção no intestino delgado) e participa da associação.

O caso de Carla Viana, 57 anos, secretária voluntária da instituição, foi diferente. Devido a complicações no tratamento de um câncer, ela passou a ter necessidade de utilizar o acessório. “Tive câncer de intestino aos 42 anos e precisei passar pela radioterapia. Nessa fase do tratamento tive uma queimadura no intestino, causada pela radio”, explica ela, que usa uma bolsa de colostomia (intervenção no intestino grosso) diariamente.

Assim como Carla, Odgir Rapizo, membro da diretoria da AOCNF, também já precisou utilizar uma bolsa de colostomia. No caso dele, entretanto, o motivo foi outro e bem inusitado. Foi um simples agachamento durante o trabalho que seu Rapizo teve um rompimento no intestino grosso. Após mais de 24 horas com dores e sem saber o que estava acontecendo, ele foi levado às pressas para o hospital onde passou por uma cirurgia urgente. “Sentia muitas dores, estava ficando inchado, mas não fazia ideia do que estava acontecendo. Quando cheguei ao hospital, os médicos precisaram abrir minha barriga para descobrir o que era. Fiquei alguns meses utilizando a bolsa até que a região fosse regenerada”, contou ele.

Com mais de 150 associados, a AOCNF em Nova Friburgo distribui pelo menos 1.500 bolsas especiais por mês a pacientes de Nova Friburgo e de outros 11 municípios da região. A distribuição dos acessórios é feita gratuitamente graças a um convênio firmado com a Secretaria Municipal de Saúde, explica Rapizo: “A distribuição de bolsas de colostomia, ileostomia e urostomia são fornecidas pelo município e distribuídas aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) através da associação.

Assim como qualquer outra compra de material por parte da prefeitura, a aquisição desses acessórios passa por licitação e todos os demais processos burocráticos”, explica ele acrescentando que “antigamente eram distribuídas 15 bolsas por mês para cada ostomizado associado. Atualmente, esse número diminuiu para 10 bolsas, devido a crise”. Cada unidade do acessório chega custar de R$ 20 a R$ 30 nas farmácias.

Além dessa distribuição, a associação também disponibiliza atendimento médico gratuito para os ostomizados. “Além de ser nosso patrono, o médico  Roberto Bonfim ainda nos ajuda disponibilizando horários da sua agenda para atender associados”, conta Rapizo concluindo que o trabalho da associação é voluntário e sem fins lucrativos. “Sobrevivemos através da colaboração financeira de associados e amigos. No começo éramos apenas um núcleo, mas a necessidade e o aumento da procura fez com que nos tornássemos uma associação, com sede própria, adquirida depois da organização de eventos para levantar fundos”, complementa Rapizo.  

Para se tornar um associado, o ostomizado deve apresentar carteira de identidade, CPF, cartão do SUS, laudo médico atestando a necessidade de utilizar a bolsa e comprovante de residência. A distribuição acontece às quartas e quintas-feiras, das 13h30 às 16h. A associação ainda conta com a participação voluntária da tesoureira, Terezinha Rapizo, e da secretária, Nilma Gomes da Silva. A sede fica na Rua Mathilde Carpenter Meyer, 2-A, Paissandu - antiga Vila Mariana. Mais informações pelo telefone (22) 2522-2407.

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