"Chamar a PM através do 190 logo após o roubo é importante"
“Eu moro aqui há três anos e há mais de um ano eu tenho percebido um número de crimes muito grande. Só entre setembro e outubro foram cinco assaltos, alguns deles com bandidos portando faca e ameaçando pedestres”, afirmou um morador da rua.
No último sábado, 14, de acordo com o músico, uma dupla de assaltantes agrediu uma mulher enquanto roubava a bolsa com seus pertences. O episódio aconteceu em plena luz do dia e um dos bandidos levou a pior. “Um dos assaltantes deu uma “gravata” na senhora enquanto o outro tentava pegava a carteira e o celular e fugia. O bandido que deu a gravata tentou fugir, se escondeu no estacionamento de um hotel ali por perto. Algumas pessoas foram atrás desse homem, conseguiram prendê-lo e aguardaram a chegada da polícia”, contou.
A rua parece ser um dos alvos preferidos dos assaltantes. Segundo o morador, esses mesmos homens ficam pela região à espera de pedestres desatentos e verificam carros e motos que estejam sem as trancas ativadas. “Eu vejo essa dupla mexendo nas travas das portas dos carros na esperança de que algum deles esteja destrancado e roubar o que estiver ali por dentro. Um desses caras passou e pegou uma moto que estava destravada e sem alarme. Ele saiu empurrando a moto, desligada sem se importar se estava sendo vigiado”.
Além dos furtos, o músico costuma presenciar outras atitudes ilícitas. “Eles não estão nem aí. À luz do dia ou a à noite estão fazendo xixi na rua, consumindo drogas. Outro dia tinha um grupo na escada da minha casa. Um policial à paisana viu, mandou os garotos jogarem a droga fora e mandou os caras irem embora. O problema é que eles sempre voltam. Se tivesse um policiamento regular, esses problemas não iriam mais acontecer”, afirmou.
A estudante Mayara Reis, que veio de Nova Iguaçu para estudar em Friburgo, saiu da Baixada Fluminense para ser furtada na Serra. De acordo com a estudante, no início de setembro, enquanto andava pela Avenida Galdino do Valle, na altura da Igreja Luterana, teve seu celular furtado.
“Estava indo encontrar meu namorado ali na rotatória, no Paissandu. Eu estava de mochila, tirei o celular da cintura, mexi e guardei de volta, sem fazer movimentos bruscos. Era quase impossível alguém ver que eu tinha usado o celular, até porque eu aprendi muito morando na Baixada. Quando eu estava perto de atravessar a rua, dei de cara com um homem que só meteu a mão no meu celular, falou "perdeu" e saiu andando calmamente. Ele deu uma olhadinha para trás e depois continuou andando. Fiquei tão pasma pensando '' o que tá acontecendo aqui?". Achei que poderia ter sido um amigo de brincadeira. Quando me dei conta do que estava acontecendo, atravessei a rua e encontrei com o meu namorado. Ainda tentamos encontrar o cara, mas ali na rotatória é muito difícil”, contou Mayara.
Os casos de furtos são constantes em diferentes locais do Centro da cidade e nos mais diferentes horários. A produtora de eventos Daniela Pontes conta que teve seu celular e carteira roubados, logo pela manhã, na Praça Getúlio Vargas. “Um daqueles caras que ficam no coreto veio por trás correndo, gritando e me pedindo para passar todos os meus pertences. No desespero de ser segurada por ele, entreguei carteira e celular. Fiz o boletim de ocorrência porque ele levou minha carteira com dinheiro e documentos, mas não recebi nenhum tipo de assistência. O que me falaram era para eu não passar mais por ali, por ser perigoso. Achei inacreditável, mas é a dura realidade.”
De acordo com o comandante da Polícia Militar, coronel Eduardo Vaz Castelano, existe um policiamento em torno das ruas da Praça do Suspiro por ser uma rota conhecida de consumo e venda de drogas, além dos furtos. Ainda segundo o comandante, muitas vítimas não fazem o boletim de ocorrência e, por conta disso, os crimes não são registrados. “Tomamos conhecimento do que é registrado. Seja pela PM, seja pela Polícia Civil, na Delegacia. A Rua Arnaldo Bittencourt já foi alvo de roubo sim, mas não com frequência.”
Outra consequência de a vítima não realizar o registro é a dificuldade que a polícia tem de mapear as regiões que costumam ter mais índice de criminalidade. “A orientação é para registrarem sim. Chamar a PM através do 190 logo após o roubo é importante para tentarmos efetuar o flagrante, recuperando de imediato o material roubado, prendendo o marginal e até evitando que ele pratique outros roubos logo na sequência, o que ocorre muito. E registrar o B.O. (boletim de ocorrência) com a PM é importante porque que nos indica os locais que necessitam rápida e efetiva intervenção policial para prevenção eficaz, a fim de que se estanque a onda de crimes nessa região e, assim, tranquilizar a população e darmos um trabalho maior aos criminosos”, afirmou.
Comandante do 11º BPM, Eduardo Castelano
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