As muitas histórias do saudoso Colégio Nova Friburgo em livro

segunda-feira, 02 de maio de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Henrique Amorim

Quem não se recorda dos bons — ou até mesmo de alguns não tão bons assim — momentos vividos no período escolar? Sem dúvida, uma fase da vida inesquecível e marcante para qualquer pessoa. Os ex-alunos do extinto Colégio Nova Friburgo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) — que marcou época no município entre 1950 e 1977, no imponente complexo amarelo do Parque da Cascata, na Vila Nova, hoje cedido ao polo regional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) — decidiram tornar pública a destacada e valorizada experiência obtida na época escolar através do livro Nossa vida no Colégio Nova Friburgo da Fundação Getúlio Vargas.

A publicação, que reunirá mais de 200 fotos e ilustrações do período áureo do tradicional e requisitado educandário, por onde passaram vários ícones da cultura brasileira, como Carlos Drummond de Andrade, já está em fase de impressão na editora carioca Ciência Moderna e será lançado em breve no Rio de Janeiro e, em seguida, em Nova Friburgo. Na obra constam também pelo menos 59 depoimentos de ex-professores e servidores do colégio, o que garantirá certamente muitas recordações à família do Colégio Nova Friburgo, os ex-cenefistas.

O livro é resultado de um idealismo liderado pelos ex-alunos Nelson Araújo Lima, Jayme Balthazar Guimarães (então presidente da associação dos ex-alunos) e o professor Joaquim Trotta, que há três anos concluiu a elaboração do livro Educação e Correlação VII, com abordagens sobre a história do Colégio Nova Friburgo. Ao ser solicitado por ele para revisar os textos do livro, Nelson sugeriu ampliar o trabalho de pesquisa sobre a história do colégio e enriquecê-lo com depoimentos de quem usufruiu, educou-se e formou-se na escola de alto padrão e referência na época. A ideia inicial era complementar o acervo do Centro de Memória da Associação dos Ex-Alunos do Colégio Nova Friburgo.

O professor Trotta aprovou a sugestão e dois meses depois teve início a elaboração do livro sobre a história do Colégio Nova Friburgo. Vale destacar que a ideia de editar uma publicação sobre a história do educandário de renome teve início há 17 anos, com o panfleto Vamos contar a história do nosso Colégio Nova Friburgo, distribuído pela associação de ex-alunos. Três anos depois, a edição comemorativa do jornal da associação, o periódico Galo da Serra trouxe os primeiros depoimentos de ex-cenefistas repletos de saudosismo, que atenderam ao apelo feito no panfleto anterior.

Publicação é resultado de garimpagem de fatos que marcaram a vida dos ex-cenefistas

O livro foi ganhando corpo com a coleta de dados históricos no site da associação (www.gnfcnf.org.br) e a pesquisa nos acervos da entidade após o encontro dos ex-alunos no desfile de 7 de setembro de 2009 na Avenida Alberto Braune. Foram selecionados, na época, importantes documentos do extinto colégio guardados nos arquivos pessoais do professor Amaury Pereira Muniz e suas filhas Vera, Regina e Lúcia. Tanto esforço e empenho de toda a equipe rendeu a soma de centenas de fotos e flâmulas, 38 convites de formaturas, 63 exemplares de jornais editados pelos alunos e livros diversos com relatos e citações elogiosas sobre o colégio.

Os depoimentos dos ex-alunos e professores destacam a construção do colégio, o semi-internato dos alunos, as viagens de trem para o colégio, as atividades religiosas, a alimentação escolar, os uniformes e escudos, as formaturas, as primeiras alunas, o clube de teatro, o canhão do Colégio Nova Friburgo, o prédio do científico, histórias do refeitório, os professores, o episódio do fogo no dormitório, viagens dos alunos a Niterói e ao Rio de Janeiro, o museu do índio, os conjuntos musicais LSD e Rival’s, entre tantas outras. Também foi de tamanha valia para a confecção da obra a listagem geral de alunos, que muito contribuiu para identificação dos ex-cenefistas.

Livro será editado sem patrocínio

Lançar o livro Nossa vida no Colégio Nova Friburgo da Fundação Getúlio Vargas não será uma tarefa fácil. Seus idealizadores não obtiveram apoio do Ministério da Cultura e nem patrocínio. A editora da FGV também não colaborou financeiramente com a publicação. A alegação foi que o livro não se enquadrava em sua política editorial. O pedido de patrocínio à Prefeitura de Nova Friburgo, no ano passado, também não surtiu efeito. Com isso, Nelson e Jayme decidiram arcar com o custeio da edição do livro, evitando que o sonho de contar as bonitas histórias do colégio não se resumisse apenas às memórias daqueles que usufruíram a época áurea.

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