No último dia 3, A VOZ DA SERRA publicou matéria sobre crimes ambientais em Nova Friburgo, com orientações aos leitores sobre como fazer denúncias. Na ocasião, em entrevista, o subsecretário da Guarda Municipal responsável pela Guarda Ambiental, Ronald Pereira, afirmara que as notificações poderiam ser feitas gratuitamente pelo telefone 153 (da Guarda Ambiental), pelo telefone 2525-9129 ou ainda através do e-mail guardamunicipaldenovafriburgo@gmail.com, e que a denúncia seria anônima e uma equipe seria enviada ao local imediatamente.
Contudo, esta não foi a experiência relatada por uma leitora que entrou em contato com a redação de A VOZ DA SERRA na tarde da última segunda-feira, 6. A mulher — que preferiu não se identificar — afirmou haver discordância entre a informação passada pela Guarda Ambiental na matéria em questão e a efetiva ação do órgão. A leitora contou que, por volta das 12h30 daquela segunda-feira, entrara em contato com a Guarda Ambiental — através do telefone 153 — para fazer denúncia sobre um foco de queimada próximo ao Véu das Noivas, em Furnas. O suspeito de ter cometido o crime, segundo ela, morava próximo ao local e estaria em casa no momento em que o fogo se alastrara. Ela relatou inclusive que esta não havia sido a primeira vez que o homem cometera esse tipo de crime, e que perto da área há outra residência e diversos postes de fiação elétrica, o que poderia causar um acidente e prejuízos ainda maiores, que vão além dos danos ao meio ambiente.
"Liguei para a Guarda Ambiental para que eles fossem até o local averiguar a situação e identificar o responsável pelo crime. Quando perguntei se alguma equipe iria investigar, eles me disseram que apenas se eu me responsabilizasse pela denúncia, que eu teria que ir à delegacia prestar depoimento. Além disso, me informaram que o responsável só poderia ser punido se fosse pego em flagrante. Para que existe denúncia anônima? Eles não poderiam ir ao local investigar?”, disse ela.
A mulher contou ainda que, ao ligar para o Corpo de Bombeiros, foi avisada de que a viatura estaria em atendimento e que só depois de acatar ao primeiro chamado compareceria ao local. "Logo pensei: em uma cidade como Nova Friburgo só há uma viatura para esse tipo de ocorrência? O pior é que esperei mais de uma hora e ninguém apareceu”, acrescentou.
Segundo o inspetor da Guarda Municipal Luciano da Silva Farizel, de fato nenhuma equipe foi enviada ao local, pois nesse tipo de ocorrência o ideal é que uma ou mais pessoas se reúnam e façam a denúncia na própria delegacia. "Isso é um crime covarde: a pessoa bota fogo e vai embora. Dificilmente conseguimos pegar o culpado, a menos que haja testemunhas. É como qualquer outro crime: não se pode prender sem provas”, comentou o inspetor.
Já para o comandante do 6° Grupamento de Bombeiro Militar, tenente-coronel João Luiz de Moraes, a população precisa se conscientizar sobre o perigo que essa prática ilegal vem causando ao município. "Este ano tivemos bastante casos de queimadas. Quando conseguimos flagrar alguém colocando fogo na mata damos voz de prisão e chamamos a Polícia Militar, que o leva para a delegacia. E foi isso que fizemos há quinze dias atrás”, afirmou ele, esclarecendo que, apesar do esforço da corporação, pode acontecer de, eventualmente, denúncias de queimadas não serem atendidas caso as equipes já estejam em outras ocorrências. "Mas a população tem realmente que nos chamar e devem saber que podem contar conosco”, disse.
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