Mario de Moraes
Aquele que gostar de pesquisar, com certeza encontrará lugares maravilhosos (e praticamente desconhecidos) em todo o mundo. Como, por exemplo, as Cavernas de Ajanta, na Índia, aqui lembradas através deste texto e de belas ilustrações. Elas ficam cerca de duas horas da antiga cidade de Aurangabad. Formadas por trinta e duas grutas, que não podem ser chamadas de naturais, mas são valorizadas devido a terem sido talhadas nas colinas há séculos, por trabalhadores que utilizaram apenas cinzéis e martelos.
Os turistas que as visitam ficam espantados ao saberem desse fato, já que o trabalho realizado, além de belo, comprova o esforço e a arte de seus realizadores.
Esculpidas na rocha vulcânica de basalto, os artesãos foram meticulosamente e aos poucos cinzelando a rocha, talhando as colunas em lugares estratégicos e criando vários quartos dentro da rocha. As paredes e os tetos foram decorados com belas aplicações de gesso coloridas. A maioria das pinturas têm mais de 1500 anos. Dez séculos antes do nascimento de Miguel Ângelo, de Leonardo da Vinci e do renascimento europeu, esses verdadeiros e desconhecidos artistas já sabiam como descrever a perspectiva, a profundidade e o realismo em suas pinturas. As expressões e emoções existentes nos rostos das pinturas, são tão reais que hoje, depois de vários séculos, ainda causam admiração aos que as veem. A caverna mais antiga remonta ao século II antes de Cristo . Algumas delas são Viharas ou monastérios, grandes câmaras com quartos , onde viviam os monges e levavam à sala principal. Alguns desses quartos têm camas de pedra talhada, com uma almofada onde o monge descansava a cabeça.
As demais cavernas são Chaityas ou templos, semelhantes às catedrais cristãs, com tetos abobadados e com vigas de madeira que se cruzam em nervuras, com pilares de pedras decoradas. Na nave central (onde uma igreja cristã teria seu altar) existe uma grande estátua de Buda. Acredita-se que foram essas cavernas a inspiração para os famosos arquitetos da Idade Média, e não os templos clássicos gregos e romanos. É surpreendente pensar que os grandes mestres, que criaram essas maravilhas, só contavam com pequenas ferramentas de trabalho.
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