PROSSEGUE EM ritmo acelerado a formação da nova equipe do governo federal com vistas a procurar transmitir confiança aos brasileiros. O presidente em exercício acenou com uma democracia da eficiência, baseada no diálogo, para fazer um governo de “salvação nacional”, comprometido com a melhoria dos serviços públicos e com a recuperação da economia com a redução do desemprego, o enxugamento da máquina administrativa e o equilíbrio das contas governamentais.
SÃO COMPROMISSOS importantes, cujo cumprimento é essencial para evitar que o governo temporário frustre as expectativas. E, em consequência, acabe se encaminhando para o mesmo desgaste que culminou no afastamento da presidente Dilma Rousseff. Consciente do desafio, o novo governo confere atenção primordial à definição de sua equipe econômica – aquela à qual caberá restabelecer, a curto prazo e de forma transparente, as bases para a tão esperada retomada do crescimento, atacando também a situação de penúria dos estados.
O DESAFIO DO presidente interino é destravar o país, paralisado nos últimos meses por uma perversa combinação de falta de habilidade política e econômica, reforçada pelo descontrole da corrupção. Infelizmente, o governo que assume a nação pelos próximos meses tem no primeiro escalão alguns homens públicos associados a práticas políticas que destoam dos compromissos éticos. Alguns, inclusive, estão implicados na operação defendida com veemência pelo presidente interino, a Lava-Jato, o que é preocupante.
NO PLANO ECONÔMICO, de saída, o peemedebista garantiu a simpatia do mercado, com a escolha de Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda, bem como a totalidade da equipe econômica, anunciada. Assim, traz a segurança de que a condução da política econômica não mais será errática. De Meirelles, o mercado sabe o que esperar.
O NOVO GOVERNO temporário tem que assumir de fato, para além dos discursos, um compromisso firme com o redimensionamento da máquina, com o combate à corrupção e às práticas que levaram o PT a um desgaste profundo. Por isso, o novo presidente precisa mostrar logo como implementará a reforma política e todas as outras enfatizadas, como a previdenciária e a tributária, sem as quais as mudanças no comando do país tendem a se restringir a nomes.
A HORA É DE arregaçar as mangas e trabalhar com consistência e firmeza, agilizando medidas que, se não forem adotadas logo, poderão levar o país a um maior descrédito, aprofundando a crise em que se encontra. Temer precisa agir rápido nestes instantes iniciais em que seu governo ainda vive uma lua-de-mel com o Congresso Nacional. E o momento é ideal para encaminhar as medidas de ajuste fiscal e outros projetos que tendem a ser impopulares. Garantiria assim, de um lado, menos obstáculos para a aprovação e daria sinais positivos ao mercado, evitando que o diálogo se transformasse em fisiologismo.
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