Vim do outro lado do oceano em busca de uma nova terra, um novo lar, uma nova vida, novas esperanças...
O clima tropical contrastou com a neve que tinha na memória desde meus tempos de menino. Estranhei. Chorei. Tive medo. Era homem, mas só por fora. A dor, a perda, a distância da pátria-mãe não me fez forte. Fez-me frágil, saudoso e cheio de receios. Haveria de superar. Aliás, tinha por obrigação. Minha família ficara no meu país de origem com a mesma saudade que trazia em meu peito.
Para ter ânimo ficava pensando: juntar-me-ei aos colonos, vou plantar. O que der. O que a terra abençoar. Irei plantar sementes e, junto, os desejos secretos do meu coração que só eu mesmo conheço. Hei de vê-los brotar: frutos e sonhos.
E de novo, poder ter em meus braços a minha amada, a delicada presença amiga que torna minha caminhada mais fácil e branda. E nossos filhos queridos, a soma de nós dois. Darei a eles manhãs sorridentes de Sol. Tardes com a algazarra dos pardais. Noites serenas iluminadas, pingadas de olhares cintilantes das luzinhas das estrelas.
Passaram-se os anos e agora eu me vejo aqui, numa terra distante, num país estranho que se tornou minha paixão e que hoje é meu. É minha vida! Minha terra! Meu chão! Meu berço! Sou seu, pertenço a você, meu Brasil!
Um brinde à terra generosa que me retribuiu com frutos, flores, cores, sabores, beleza, música, amizade, encanto, um canto, um lar. Sonho realizado! Hoje, depois de tudo que passei e conquistei, sei que tenho uma dívida enorme de gratidão. Não quero mais voltar para o meu país, já me sinto em casa.
Sou como aquela primeira árvore que plantei em Nova Friburgo. Aqui cheguei, criei raízes...
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Para todos os colonos que ajudaram a construir esta bela cidade, meus parabéns, respeito, admiração e o desejo que juntos possamos reNOVAr FRIBURGO!
Beijoquinhas.
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