Nos últimos meses, um dos assuntos mais comentados foi a espionagem de dados e comunicações de vários países, entre eles o Brasil. Denúncias publicadas na imprensa brasileira e internacional revelaram que a agência de inteligência norte-americana (NSA) conseguiu interceptar dados de diversos órgãos brasileiros, o que levaram a presidente Dilma propor à ONU, juntamente com a Alemanha, regras de privacidade na internet.
As ações brasileiras não param por aí. Atualmente, dentro dos órgãos públicos, a grande maioria dos computadores é baseada em sistemas fechados com o Windows e Mac OS, o que cria barreiras para auditorias nestes sistemas.
Visando uma maior autonomia e redução de riscos de espionagem, o governo brasileiro veiculou, através do diário oficial, que computadores e softwares que não possibilitarem auditoria pelo poder público não serão mais comprados, o que, consequentemente, deve abrir espaço para o software livre, como as distribuições Linux de sistemas operacionais e o pacote LibreOffice.
Essa proposta do governo é a tacada de mestre que veio com muito atraso. A utilização do software livre já deveria estar em pleno vapor há muito tempo. O caso da espionagem é só o que está motivando essa mudança, mas os benefícios do software livre, principalmente, para os órgãos públicos, são gigantes. Além da melhoria da segurança das informações governamentais, o software livre poupa despesas enormes para os cofres públicos.
A reflexão deste ato do governo nos remete à cultura brasileira de tomar decisão após um fato que gera prejuízo. Só agir se houver provocação, o que é desperdício de tempo e dinheiro. Se houvesse planejamento, sem mudanças drásticas, talvez não passaríamos por problemas deste tipo.
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