Por Alessandro Lo-Bianco
Definitivamente o Facebook é a ferramenta digital do momento. Com um valor de mercado estimado em 33 bilhões de dólares, ele já superou o Google em tempo de visitação e no meio do ano bateu o site de buscas e se solidificou como o site mais visitado dos EUA. A rede de relacionamentos já soma 500 milhões de usuários, ou seja, algo equivalente ao terceiro país mais populoso do mundo.
Por trás disso tudo há um nome de sucesso: Mark Zuckerberg, um ex-estudante da Universidade Harvard, que, com apenas 26 anos, figura entre os homens mais ricos do mundo, segundo a revista americana Forbes. Com uma fortuna estimada em 6,9 bilhões de dólares, ele deixou para trás célebres criadores da era digital, como Steve Jobs, dono da Apple. O jovem está tão influente que foi homenageado no festival de Cannes como Personalidade Mídia do Ano e consagrado como uma das cem pessoas mais influentes da era da informação. Sua popularidade foi tanta que ele virou gibi nos EUA, teve sua personificação em Os Simpsons e ainda doou cem milhões de dólares para escolas públicas dos estados americanos. E tudo isso graças ao Facebook. Chegou ainda em outubro aos cinemas, com o filme The Social Network, que relata os primeiros passos da criação da ferramenta, batendo recorde de bilheteria nos EUA.
Apesar de ter ganhado o mundo há algum tempo nos outros países, o Facebook só ganhou notoriedade relevante no Brasil em 2010, em razão do Orkut, segundo Max Petrucci, presidente da Garage. Segundo ele, a ferramenta será a peça mais importante do cenário digital nos próximos anos. E vai mais além: “Já existem especialistas que pensam o Facebook mais para frente como um novo sistema operacional, pois será a porta de entrada para tudo, além dos altos investimentos publicitários”, diz. Diversos sites do mundo já copiam os recursos do Facebook em suas páginas, como o botão “Like it” ou “Curtir”, que demonstram o nível de aproximação em diversos segmentos. Um exemplo banal que demonstra o poder de propagação informacional desta ferramenta pode ser visto pelo perfil de artistas ou atletas famosos, como o tenista suíço Roger Federer, que, ao postar recentemente em seu perfil “Tomando sorvete de baunilha”, teve nada menos que 855 mil pessoas do mundo inteiro curtindo seu comentário.
Quem concorda com a potencialidade do Face e também aposta na ferramenta para os próximos anos é José Calazans, coordenador de análise do Ibope/NetRatings. Segundo ele, é inegável que a rede de relacionamentos tenha sido destaque do ano.
“O seu crescimento no Brasil foi assustador. Ele fechou 2009 com 20% dos internautas do país e caminha para fechar 2010 com quase 40%, mais da metade da audiência que tem hoje o Orkut”. Segundo o especialista, outro fator que não pode ser desconsiderado é a chegada dos sites de compras coletivas, que já atingem 3,7 milhões de internautas, assim como o aumento da aquisição dos Smarthphones. “Após serem adquiridos apenas por empresários, executivos e profissionais da comunicação, agora estes telefones começam a ser explorados pelo público em geral”, observa. Estes são dados obtidos pela maior empresa de pesquisa de mercado, a Nielsen, que aponta um crescimento nas vendas dos Smarthphones no Brasil de 128% no primeiro semestre de 2010, em relação ao mesmo período do ano passado.
Entretanto, para o diretor regional de Desenvolvimento de Negócios da Realmedia Latin America, Marcelo Sant’Iago, outra estrela de 2010 é o iPad. “Diversas pesquisas já demonstraram o estrago que ele fez no mercado de vendas dos notebooks e netbooks. Ele é o primeiro de uma nova geração de equipamentos que vai mudar a forma como as pessoas se relacionarão com a tecnologia e a maneira que passarão a consumir mídia e conteúdo”, alerta.
Para o vice-presidente da comScore para América Latina, Alex Banks, o Facebook e o iPad realmente são as maiores novidades da nova era da informação, entretanto, não se pode deixar de considerar a explosão dos blogs no Brasil. Ainda segundo ele, por causa da Copa do Mundo da África do Sul, a categoria de vídeos on-line também deu um salto no Brasil. “Segundo um levantamento que fizemos, aproximadamente 85% dos internautas brasileiros acessaram pelo menos um vídeo on-line durante os dois meses”, conta.
De acordo com o diretor regional da OgilvyOne, Renato de Paula, “o brasileiro sempre foi um fanático por redes sociais, e o Orkut abriu caminhos. Mas o Facebook trouxe uma nova geração, tanto de jovens como de pessoas mais velhas, para o mundo digital.” Já entre os aparelhos, ele elege o iPhone 4 e o iPad, que, para Abel Reis, presidente da Agência Click Isobar e da Isobar Brasil e América Latina, desafiaram de forma inovadora a lógica tradicional de navegabilidade dos dispositivos digitais. “Há de se ressaltar que o iPad permitiu ainda um sopro de inovação para a mídia impressa”, conclui.
E o Twitter?
A página de microblogs do Twitter não pode ser esquecida, apesar de ter seu expoente consolidado em 2009. Ele ainda segue capturando mentes e corações e, para João Batista Ciaco, diretor de publicidade e marketing de relacionamentos da Fiat e presidente da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), “as redes sociais em geral foram destaque este ano. Mas, no caso do Twitter, as empresas entenderam somente em 2010 o funcionamento da ferramenta”.
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