Após descanso em Friburgo, Jhenny volta aos treinos e mira as Olimpíadas de 2020

Nadadora aponta “pequeno erro”, celebra medalhas no Pan de Lima e projeta desafios
quarta-feira, 28 de agosto de 2019
por Vinicius Gastin (esportes@avozdaserra.com.br)

Atleta de ponta é assim mesmo. Não basta apenas valorizar as conquistas sem fazer uma auto crítica para sempre buscar a evolução. Jhennifer Alves fez parte da delegação brasileira que fez história nos Jogos Pan Americanos de Lima, no Peru, ao quebrar o recorde de medalhas de ouro, 55, ir ao pódio como jamais havia feito, 171 vezes, e alcançar a segunda colocação no quadro geral.

Quinta colocada no individual na prova dos 100 metros peito, a nadadora foi ouro no 4 x 100 medley misto e bronze no 4 x 100 medley feminino. A friburguense de 22 anos fez história, mas ainda assim queria mais.

“Eu gostaria de ter nadado melhor na minha prova individual, mas acredito que a gente errou alguma coisa no meio do caminho. Até porque eu consegui os meus melhores tempos em julho, e assim voltei da Europa com recordes sul-americanos. Eu e minha técnica erramos um pouquinho no meio do caminho. Há períodos em que a gente treina mais forte e há o descanso, geralmente perto das competições, quando a gente treina com menos volume. Foi bom acontecer agora para não errarmos mais”, explica.

Após o Pan, Jhennifer Alves tirou 20 dias apenas para descansar e repor as energias, e esteve em Nova Friburgo para rever familiares e amigos. No início desta semana ela viajou novamente para outros compromissos, mesmo em maio ao período de descanso. A rotina de distância da família é um desafio presente à vida de Jhenny há pelo menos sete anos.

“Desde os 15 anos eu tive que abrir mão de estar com toda a minha família. Meu pai me acompanhou um pouco, mas hoje moro sozinha. Estou há três anos em São Paulo, desde que o Pinheiros me contratou, em 2016. É preciso dedicação para alcançar os resultados”, garante ela.

Participação no Pan

Jhennifer foi uma das integrantes do time brasileiro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, e voltou para casa com resultados que a consolidam entre as principais nadadoras do país. Finalista na prova individual dos 100 metros peito, contribuiu para a conquista do ouro no 4 x 100 medley misto e repetiu o feito de 2015, conquistando o bronze no 4 x 100 medley feminino, ao lado de Etiene Medeiros, Giovanna Diamante e Larissa Oliveira.

“Nessa prova dos 100 metros individual eu repeti o meu resultado do Pan Americano de 2015, que foi o quinto lugar, mas tive tempos melhores este ano. Naquela ocasião eu trouxe uma medalha de bronze, e desta vez, uma de ouro e uma de bronze”, conta.

A friburguense já havia contribuído para outro momento histórico da modalidade, sendo uma das representantes do Brasil no revezamento 4 x 100 medley misto. Ela nadou as eliminatórias pela manhã junto com Léo de Deus, Vinícius Lanza, Manuela Lírio. Nas finais Guilherme Guido, João Gomes, Giovana Diamante e Larissa Oliveira, ganharam a medalha de ouro.

“Eu nadei pela manhã, pois a tarde eu fui substituída por um menino, o João Gomes, para que ele pudesse estar descansado. Foram dois times diferentes. Já o bronze, no 4 x 100 medley feminino, foi ao contrário. A Pâmela nadou a parte do peito pela manhã e eu descansei para a parte da noite, na grande final”, explica.

Sequência da carreira

Além das duas medalhas, devidamente embaladas em uma capa feita de material artesanal, bem ao estilo da arte peruana, Jhennifer Alves trouxe na bagagem diversas experiências culturais e profissionais. A competição em Lima se soma às outras oportunidades de competir no exterior, especialmente na Europa, no período de preparação para o Pan. Segundo a atleta, nadar com adversárias de alto nível contribui para o crescimento pessoal.

“É sempre bom estar competindo lá fora. Em junho, com a ajuda do Rotary Club, pude ir para a Europa para nadar com as melhores. Hoje, no Brasil, eu sou referência para as meninas que nadam o meu estilo, e não tem ninguém que me puxe. Esse ano eu abri os olhos para isso e fui buscar nadar com as melhores. Quero um dia ser a melhor do mundo.”

Na reta final das férias, Jhenny vai retomar os treinos na próxima segunda-feira, 2 de setembro. Dentre os próximos desafio então o Mundial Militar na China, em outubro, e a ISL, neste mesmo mês. Esta última é uma nova Liga, para a qual ela foi convidada a participar. Ao todo são oito times, sendo quatro dos Estados Unidos e outros quatro da Europa, que têm os seus líderes. Eles poderiam convocar um certo número de nadadores de todo o mundo, e a friburguense foi chamada para participar em um time norte-americano.

Toda essa agenda de competições possui um objetivo maior: alcançar o índice necessário para estar nas Olimpíadas de Tóquio em 2020. Jhennifer está bem perto de atingir a marca, e para carimbar o passaporte, ela sabe que terá de abrir mão de alguns momentos especiais.

“No dia 2 de setembro eu volto aos treinos, e eles já serão voltados para as Olimpíadas. É a temporada 19/20, como a gente chama, em um trabalho que começa este ano, mas já visando Tóquio 2020. Resta trabalhar duro até lá, e acredito que não vou ter folga. Natal e Ano Novo eu devo estar caindo na água para treinar. Eu abro mão desses momentos com a certeza de que, trabalhando forte, vai dar tudo certo”, disse Jhenny.

Sempre contando com uma grande torcida em Nova Friburgo, Jhennifer Alves revela que acompanha cada uma das manifestações e valoriza o reconhecimento dos friburguenses ao trabalho dos atletas do município. “Só tenho a agradecer por toda a força, as mensagens de carinho, eu pude ver tudo isso. É legal saber que a cidade está acompanhando os atletas, o esporte de Nova Friburgo. Isso é importante. Tanto eu, quanto o Marlon Moraes e outros, gostamos de ser reconhecidos em Nova Friburgo. Também aproveito para convidar a todos, para que possam me acompanhar nas redes sociais. Lá eu posto meu calendário de competições, um pouco da minha rotina”, diz.

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