Após as chuvas, telefonia em Nova Friburgo fica ainda pior

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

No Procon e demais entidades de defesa do consumidor de Nova Friburgo, a deficiência dos serviços prestados pelas empresas de telefonia fixa e móvel sempre foi uma das campeãs de reclamações no município. Com o comprometimento do serviço por conta das chuvas de janeiro, a quantidade de queixas bateu recorde nas últimas semanas. A empresa responsável pela telefonia fixa no município chegou a distribuir celulares para os assinantes que tiveram o serviço interrompido por maior prazo, mas, após um mês da tragédia, muitos ainda estão sem poder utilizar seus telefones. Muitas linhas das centrais 2519, 2521, 2522, 2523 e 2528 permanecem mudas, sem previsão de restabelecimento.

“O pior é que a conta chegou normalmente sem desconto pelos dias em que o telefone não funcionou. As ligações que fiz para meu filho, no distrito de Conselheiro Paulino, que estava com o celular de emergência entregue pela concessionária de telefonia fixa, foram tarifadas como chamadas móveis, ou seja, tive uma despesa inesperada de mais de R$ 40 só com essas ligações, sem contar os interurbanos”, reclamou o assinante Antônio Elias, que teve dificuldades para conseguir questionar a cobrança com a empresa. “Já liguei várias vezes para o serviço de atendimento ao cliente da empresa e nada foi resolvido. Da última vez me orientaram a pagar a conta para questionar depois. Caso minha reclamação fosse correta, receberia um desconto na próxima conta. Aí já é abuso, não é?”, completou.

Muitos clientes também procuraram a redação de A VOZ DA SERRA nos últimos dias para denunciar constantes interrupções nos serviços de telefonia móvel. “Durante a tragédia não conseguimos sequer pedir socorro aos bombeiros e à Defesa Civil através do 193 e do 199, porque as empresas de telefonia móvel ficaram inoperantes. Mas, por lei, essas empresas não teriam que manter o funcionamento só para chamadas de emergência pelo menos nas primeiras 12 horas através de geradores? Não deveria haver, então, uma multa para essas empresas?”, reclama a dona de casa Cristiana Hegdorne da Silveira.

“Os orelhões foram liberados para ligações locais e interurbanas sem a necessidade do uso de cartões, mas o difícil é encontrar algum que funcione”, emendou a vendedora Márcia Freze Herdy, que na tarde da última quinta-feira, 17, percorreu sete orelhões no Centro para conseguir fazer uma ligação gratuita para sua mãe. No Procon de Nova Friburgo, atendentes orientaram os consumidores insatisfeitos com as empresas de telefonia a denunciarem formalmente a precariedade dos serviços no próprio órgão ou no Juizado Especial Cível (JEC), solicitando, inclusive, indenizações por danos morais.

“Algumas empresas que necessitam exclusivamente da telefonia para o andamento aos seus expedientes e têm sido prejudicadas pela interrupção ou deficiência do serviço também devem exigir indenizações das empresas de telefonia”, disse um funcionário do Procon.

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