Aplicativo é baseado em algoritmos inteligentes que se ajustam a diferentes graus de deficiência motora, cognitiva e visual
Os jurados, empreendedores e executivos da área de TI, avaliaram que o Livox se destacou por atender uma parcela da população carente de inovações tecnológicas, bem como pela paixão e pelo comprometimento com os quais o desenvolvedor defendeu o projeto. Com a vitória, a startup brasileira participará de reuniões com investidores-anjos, executivos de empresas e grupos de risco do Vale do Silício. A ferramenta já foi eleita a Inovação Tecnológica de Maior Impacto de 2014, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e o Melhor Aplicativo de Inclusão Social do Mundo, pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“Essa é a primeira vez na história que inteligência artificial e consciência contextual foram usadas para criar algoritmos que atendam às necessidades de pessoas com deficiência”, disse Carlos Pereira, criador do Livox, sobre os diferenciais que o levou a conquistar o 1º lugar em sua categoria. Também participaram da disputa: a plataforma para treinamento de estudantes de engenharia Labicom, da Rússia; o simulador de negócios em 3D VirBELA, dos Estados Unidos; e o conteúdo em 3D para educação Corinth, da República Tcheca.
Inclusão social
O Livox (Liberdade em Voz Alta) foi desenvolvido por Carlos Pereira com o objetivo de promover autonomia na comunicação de sua filha, Clara, de sete anos, que tem paralisia cerebral. Antes de chegar à solução viável, o diálogo com a criança era feito por meio de um catálogo de “falas” ditas em voz alta, quando selecionadas por ela. O analista de sistemas pediu auxílio a desenvolvedores internacionais para criar uma ferramenta em português, o que não conseguiu. Então, ele montou uma clínica de fisioterapia em Recife, Pernambuco, onde reside, e da qual é diretor, para beneficiar sua filha e a população local, com apoio de investidores estrangeiros.
Clara Pereira e os usuários tocam a tela do tablet com o software instalado para expressar por comando de voz suas emoções, necessidades e desejos, como o de se alimentar, por exemplo, entre outras coisas. O software contém um catálogo de 20 mil imagens, que podem ser utilizadas em conjunto com textos, e também permite o acesso a atividades culturais, como filmes, desenhos e músicas. Os usuários também conseguem aprender a ler, adquirir vocabulário e estudar matemática.
O aplicativo é baseado em algoritmos inteligentes, como o IntelliTouch, que se ajusta a diferentes graus de deficiência motora, cognitiva e visual, sendo capaz de corrigir o toque impreciso na tela do tablet da pessoa com deficiência. O teclado virtual da ferramenta fala automaticamente por comando de voz palavras ou frases que estão sendo digitadas, o que torna possível a comunicação do usuário com outras pessoas. O software permite a criação de pranchas com imagens personalizadas e o compartilhamento do conteúdo entre tablets com a ferramenta instalada.
Até 2016, um projeto da rede municipal de ensino de Recife, pretende beneficiar cinco mil estudantes especiais com acesso ao Livox. O objetivo é garantir uma rotina diária em sala de aula e o convívio social dessas pessoas. O Livox é utilizado por 10 mil usuários em 25 idiomas, entre famílias e instituições de assistência, como a brasileira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). A ferramenta também é estudada pelo centro de pesquisas para as áreas de cabeça, pescoço e TI do Hospital das Clínicas, o maior da América Latina, localizado em São Paulo.
Fonte: Casa do Bom Conteúdo
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Aplicativo brasileiro vence Copa do Mundo de Tecnologia
Livox reproduz necessidades, emoções e desejos dos usuários em 25 idiomas
terça-feira, 09 de junho de 2015
por Jornal A Voz da Serra

Criador do Livox recebe o prêmio da ONU (Divulgação)
Um aplicativo brasileiro que permite pessoas com deficiência na fala se comunicar dentro e fora de sala de aula venceu a Copa do Mundo de Tecnologia, organizada por Microsoft, Qualcomm e outras empresas de tecnologia. O Livox concorreu à categoria educação do prêmio que reconhece e incentiva projetos de impacto social em todo o mundo. Foram selecionadas 25 startups de 18 países para participar do evento, que ocorreu no Vale do Silício, Estados Unidos, na última quinta-feira, 4.
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