Os mais de 130 alunos da escola municipal que foi destruída por um deslizamento de terras na manhã do último sábado, 16, em São Lourenço, no distrito de Campo do Coelho, voltarão a estudar em fevereiro, início do ano letivo, na sede da Associação do Pequeno Produtor Rural, localizada na mesma rua onde houve o deslizamento de uma encosta. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o imóvel da associação já foi usado por alunos e professores, há cerca de três anos, durante o período de reforma da escola que foi totalmente destruída com a queda da barreira.
“Serão colocadas divisórias para acomodar as turmas da escola e a equipe da Secretaria de Educação está mobilizada para que os alunos possam iniciar o ano letivo o quanto antes. Além disso, a secretaria iniciou os trâmites para abertura de um processo de construção de uma nova sede para a Escola Municipal de São Lourenço, em terreno anteriormente desapropriado”, informou, em nota, o secretário de Educação, Renato Satyro.
O deslizamento de terras que derrubou a escola também atingiu parte de um posto de saúde, uma casa e interditou uma rua. Um casal que estava no imóvel residencial no momento do deslizamento sofreu ferimentos leves. Na manhã de sábado, todas as sirenes do município foram acionadas para que os moradores que vivem em áreas de risco se deslocassem para os pontos de apoio nos bairros.
Ontem, 20, a Defesa Civil já havia registrado, até o fim da tarde, 25 ocorrências em Nova Friburgo, provocadas pelas chuvas que já duram uma semana. Em geral, foram deslizamentos de terra e vistorias em árvores, como a que caiu e bloqueou a antiga linha férrea da Leopoldina, próximo à fábrica Ypu. A árvore foi cortada e retirada por funcionários da Secretaria Municipal de Obras, que também estão colocando bica corrida (mistura de pó de pedra) em algumas ruas e estradas enlameadas do município.
“Em locais que estão muito encharcados ou que apresentam nascentes e olhos-d'água, as equipes da Secretaria Municipal de Obras estão com dificuldades de trabalhar. Na tentativa de melhorar as condições de tráfego, as máquinas, por serem equipamentos pesados, acabam danificando ainda mais estas passagens. Apenas nas estradas com o solo mais compactado está sendo possível colocar materiais como bica corrida e moledo. Pedimos a compreensão da população”, disse ontem o secretário de Obras, Alexandre Cruz.
No total, desde a última sexta-feira, 15, foram contabilizadas pela Defesa Civil mais de 150 ocorrências, entre elas a interdição de casas, 16 pessoas que vivem em área de risco tiveram que deixar suas casas em Nova Friburgo. No distrito de Conselheiro Paulino, um casal na Fazenda da Laje e um homem no Loteamento Três Irmãos tiveram suas casas interditadas e foram encaminhados, temporariamente, para a Escola Municipal Izabel Gomes Siqueira, no Parque das Flores. Segundo a prefeitura, assistentes sociais já foram ao local para cadastrar as famílias e definir o que será feito em seguida após a avaliação dos imóveis interditados.
“Apesar de tudo a cidade está resistindo bem às chuvas. Veja como está Teresópolis. Petrópolis já entrou em estado de emergência”, diz o secretário da Defesa Civil em Friburgo, coronel João Paulo Mori. “Devido à quantidade de chuvas dos últimos dias, em outros anos, o Rio Bengalas, por exemplo, já teria inundado no Prado, se não fosse a abertura da calha. O número de ocorrências também teria sido bem maior. Mas, apesar disso, continuamos em estado de atenção em Friburgo”, atestou Mori.
A chuva só deve dar uma trégua no próximo domingo, 24. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a previsão é de pancadas fracas a moderadas até o fim de semana. Nos últimos quatro dias, o índice pluviométrico registrou cerca 170 milímetros de chuvas no município. Isso é quase metade do esperado para todo o mês de janeiro.
As equipes da Prefeitura de Nova Friburgo estão de prontidão para atender às solicitações da população. Em caso de dúvida ou emergência, as pessoas devem ligar para plantão da Defesa Civil, no telefone 199 (ligação gratuita).
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