Apesar de obrigatório,nem todas as padarias vendem pães a peso

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
por Jornal A Voz da Serra
Apesar de obrigatório,nem todas as padarias vendem pães a peso
Apesar de obrigatório,nem todas as padarias vendem pães a peso

Há pouco mais de três anos entrou em vigor uma lei da portaria do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), alterando a forma como é realizada a comercialização do pãozinho francês em todo o país. A venda por unidades foi substituída pela pesagem, ou seja, o consumidor passou a adquirir o produto pela quantidade adquirida em quilogramas.

No entanto, ainda se observam em Nova Friburgo alguns estabelecimentos vendendo pães por unidade, e não conforme previsto em lei. Em algumas padarias, a balança, quando presente, é meramente um objeto de enfeite. Ou ainda existem lugares onde há promoções de caráter duvidoso, que aparentemente oferecem muito mais vantagens ao freguês caso ele compre o produto por unidades.

Geralmente essas ofertas oferecem uma certa quantidade de pãezinhos por um determinado valor, previamente estabelecido. O cliente, atraído pela promoção, acaba optando por esta forma de compra, acreditando ter feito um bom negócio. Porém, algumas vezes isto acaba não ocorrendo. O motivo é a existência de outra prática abusiva: a redução do tamanho dos pães, que faz o comprador cair numa antiga armadilha.

E foi justamente esta a principal intenção do Inmetro ao alterar a forma de venda do pão francês: coibir a prática de vendedores que reduziam as dimensões do produto e continuavam a cobrar valor igual ou até mesmo superior, enganando o consumidor. O peso mínimo exigido antes desta lei era de 50 gramas. Desde então, independentemente do tamanho, o cliente paga exatamente pela quantidade que leva. Em vista disso, algumas padarias preferem não cumprir a determinação e continuam a vender à moda antiga, como forma de evitar uma diminuição da sua margem de lucros. No entanto, elas também acabam sendo beneficiadas, pois caso alguns pães saiam maiores, o vendedor recebe o valor proporcional ao produto vendido. Ou seja, não há mais possibilidade do comerciante levar prejuízo de alguns gramas em determinadas unidades. Gramas que, se somados, podem representar uma perda significativa.

O gerente de relações públicas de uma padaria do centro da cidade, Adriano Rocha, informou que os clientes já se habituaram à compra por quilo, mas reconhece que ainda há estabelecimentos que não se adequaram à norma. “Houve um pouco de rejeição por parte dos consumidores no início. Mas acabaram vendo que esta forma é mais justa, além de não poderem mais ser enganados. Hoje praticamente todos pedem por peso. Temos ainda informações de alguns lugares onde não existe esta pesagem.”

Ele complementa que o peso padrão do pãozinho continua sendo o mesmo.

“O recomendável continua sendo 50 gramas. Isto facilita até mesmo as pessoas que fazem, por exemplo, uma dieta. Elas têm noção exata do quanto estão ingerindo. Além disto, facilita o cliente na hora do pedido. Caso deseje dez unidades, sabe que precisa pedir meio quilo.”

Venda a peso atendeu ao desejo

do consumidor

Em 2006, durante 60 dias de pesquisa, o Inmetro consultou 1.005 pessoas. Dessas, 714 (70,34%) afirmaram preferir a venda do pão francês por peso, 295 (29,06%) por unidade, e 6 (0,59%) pelas duas formas de comercialização. Segundo o que instituto informou na época, o novo regulamento atendeu à solicitação do setor produtivo e de entidades representativas do consumidor e foi discutido com representantes da Federação das Indústrias de São Paulo e da Associação Brasileira da Indústria de Panificação.

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