Amine Silvares
A lei do governo federal que prevê a implantação das aulas de músicas nas escolas públicas e particulares de ensino fundamental e médio de todo país está valendo desde agosto de 2008, mas muitas instituições de ensino, até hoje, ainda não se adaptaram à determinação e a música ainda não integra a grade curricular na maior parte das escolas do município.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, já há algum tempo algumas escolas da cidade têm a disciplina incluída em sua grade, em parceria com a Oficina-Escola de Artes. Marlene Moreira, coordenadora da Oficina, destaca a importância da música na educação e como ela pode ajudar no aprendizado de outras disciplinas. “Música trabalha com ritmo. Até a escrita é ritmo. Com música você trabalha texto, ensina a leitura, a interpretação de texto, a capacidade do raciocínio lógico, estimula a memorização. Isso facilita o aprendizado em todos os aspectos”, afirmou a pedagoga. Ela ainda citou exemplos de alunos que conquistaram uma mudança de comportamento para melhor, depois de frequentar aulas de música, que vieram através da parceria e, até mesmo, indicados por psicólogos e pelo Conselho Tutelar.
Apesar das inúmeras vantagens, Marlene ressaltou que não existem profissionais suficientes para dar aulas e lamentou que em vários lugares a música não é valorizada. Francisco de Assis, diretor da Sociedade Musical Euterpe Friburguense, acha a música muito importante para o enriquecimento dos alunos. “A arte leva ao crescimento intelectual”, declarou. Com o ensinamento das artes nos colégios, o governo pretende distanciar, cada vez mais, os alunos das ruas, mantendo-os ocupados com atividades diversas. Parte dessas iniciativas começará com o programa Mais Educação, do governo federal, que destina verba para as escolas que tiveram desempenhos fracos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) deste ano. Inicialmente, 16 escolas serão atendidas pelo programa.
Para facilitar a inclusão da disciplina, o governo federal determinou também que os profissionais contratados para ministrar as aulas não precisam ter qualificação específica, justificando que muitos músicos brasileiros não têm formação acadêmica e são autodidatas, sendo reconhecidos em suas áreas de atuação. As aulas não têm como finalidade formar profissionais de música, e sim ajudar no desenvolvimento, criatividade e sociabilidade dos alunos. A lei prevê que as escolas têm até agosto de 2011 para incluir a disciplina em sua grade, porém, não determina punições para as escolas que não cumprirem.
Como uma linguagem universal, a música pode fazer toda a diferença na educação dos jovens ao ensinar a importância da disciplina, já que os músicos precisam encontrar a harmonia para executar perfeitamente suas atividades. São as pequenas nuances do ensino da música que podem ser adaptadas à vida escolar e se transformar em importantes aspectos da vida cotidiana, contribuindo para o crescimento humano dos alunos e o desenvolvimento intelectual.
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