Na noite da última quinta-feira, 5, uma capivara foi encontrada morta na RJ-116, altura do bairro Ypu. Por volta das 22h, um motorista avistou o animal caído no chão, parou seu carro e foi conferir. Segundo ele, o animal já estava morto e tudo indicava que havia sido atropelado.
Há cerca de dois meses, a concessionária Rota 116, que administra o trecho privatizado da rodovia RJ-116, entre Itaboraí e Macuco, instalou mais de 300 metros de telas de proteção para preservar a fauna local, visando, principalmente, evitar acidentes como o relatado pelo motorista. As telas foram instaladas na altura do Km 78, próximo à antiga fábrica Ypu.
Segundo o motorista, as telas de nada adiantaram. Uma família de capivaras foi encontrada fora da área de proteção, no momento em que ele parou o carro. “Eu vi uns três ou quatro filhotinhos que estavam do lado de fora e depois correram para o outro lado da cerca. Outra capivara adulta cheirou a que foi atropelada, viu que ela não se mexia e correu em direção a um posto de gasolina que tem aqui perto”, relatou.
“Apesar da boa intenção, a concessionária Rota 116 fez um trabalho superficial”, continuou o motorista. “Quem passa por aqui vê uma cerca bonitinha e bem feita, só que ela não se estende por um trecho maior e acaba na altura do posto de combustíveis. As capivaras não são bobas. Eles deveriam ter feito essa cerca até o local onde há venda de flores”, sugeriu ele.
Francis Leandro, presidente da ONG SOS Vida Silvestre afirma que há uma parceria da entidade com a concessionária para monitorar a região. “Nós acompanhamos toda a vida silvestre e mapeamos os trechos com maior incidência de atropelamentos. Esse animal conseguiu sair da área onde nós telamos, foi atropelado e infelizmente morreu”, observou.
Há a previsão para que o trecho com proteção de tela seja ampliado. “Hoje (sexta-feira) eu vou até o local do atropelamento para verificar em que local as capivaras estão passando pela tela e fazer a devida proteção”, disse.
A ONG também trabalha investindo na conscientização. Para isso, mantém uma exposição com os animais característicos da região. “É trabalho de educação ambiental, com um acervo muito grande. Temos um museu itinerante onde fazemos as exposições dos animais para que as pessoas saibam as espécies que habitam a Mata Atlântica. Temos desde a onça parda, que é um animal no topo da cadeia alimentar ao preá, um animal na base da cadeia. A RJ-116 está bem sinalizada e os motoristas precisam ter cuidado ao passar nesses trechos”, destacou Leandro.
O que diz a Rota 116
Em nota, a concessionária informou que “na manhã de sexta-feira, 6, um representante da ONG SOS Vida Silvestre, esteve no local para avaliar a situação. “Supostamente, o animal acidentado ultrapassou o limite de 300 metros devido ao aumento do nível do rio por conta das chuvas. Vale ressaltar que há placas de alertas”, informou o texto.
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