Como ocorre todos os anos, quando se aproxima o período de chuvas os funcionários da Apae que atendem na parte inferior – só conseguimos construir a primeira etapa sobre pilotis até o momento -, colocam todos os equipamentos a 1.50 metro de altura, como forma de prevenção, tendo em vista que nos últimos seis anos a Apae sofreu cinco episódios de enchentes: em dezembro de 2005, fevereiro de 2006, março de 2007, dezembro de 2010, em janeiro de 2011, sendo que, nesta última, não adiantou nosso esforço para preservar os equipamentos, as águas chegaram a três metros de altura. Desta vez, não só a Apae foi atingida, todos os vizinhos também foram, como o Jardim Escola Letícia Coutinho, a Creche Colmeia do Senhor, Emater, Escola Estadual Vicente de Moraes, Lions, escola de samba Acadêmicos do Prado, além de residências e empresas.
É importante ressaltar que, quando a Apae conseguiu o espaço atual para construção da sede própria, em 1983, só ocorreu enchente 13 anos depois, em 1996, quando às águas chegaram a 1.80 metro. Depois foram mais nove anos até ocorrer outra, no fim de 2005. A partir daí, foi uma atrás da outra. Por isso acreditamos que a solução apontada pelo grupo de engenheiros e arquitetos de construir a sede da Apae sobre pilotis não só resolverá o nosso problema, mas também dos vizinhos. Infelizmente, não conseguimos concluir todo o projeto, mas desta vez a primeira etapa construída não foi atingida, o que nos garante um espaço seguro para retornarmos já na semana que vem alguns atendimentos.
No dia seguinte depois da enchente, alguns funcionários da instituição já estavam trabalhando na recuperação, mas a falta de luz, água, telefone e internet atrapalharam bastante o nosso contato com os familiares, muitos deles afetados também.
Desde o dia 15 os funcionários da instituição estão trabalhando incansavelmente, retirando a lama e tentando recuperar o pouco que restou dos setores localizados na parte afetada. Além disso, estamos em contato permanente com o Conselho Tutelar e a Promotoria da Infância e Adolescência, no sentido de localizarmos os familiares que estão em abrigos ou alojados em residências. Também afixamos nos ônibus da Faol um informativo e divulgamos na mídia para que os familiares entrem em contato com a instituição, para que possamos saber a situação em que se encontram e darmos todo o apoio necessário. Também estamos dialogando com os governos municipal, estadual e federal, políticos, empresas, instituições e órgãos nacionais e internacionais, para que possamos construir o mais rápido possível a segunda e terceira etapas da nova sede e recuperar os equipamentos, a fim de garantirmos toda a segurança necessária para as cerca de 500 famílias por nós assistidas, além dos recém-nascidos do município, que realizam o teste do pezinho e da orelhinha na Apae. Em breve esperamos dar ótimas notícias à população, nossa grande parceira. A partir da semana que vem já estaremos voltando parcialmente com os atendimentos clínicos. Apesar das perdas, que foram muito grandes, hoje temos uma estrutura física melhor, mais experiência, uma equipe fantástica e grandes amigos, para darmos a volta por cima mais uma vez.
Quero informar aos familiares e a população em geral, que todas vezes que a Apae enfrentou situações adversas como esta, voltamos mais fortes, ampliamos os atendimentos e os programas. Esperamos agora resolver definitivamente os problemas com as enchentes e torcemos para que todos que estão sofrendo com as perdas, em decorrência da tragédia, tenham força , fé e união, pois juntos somos fortes.
Para conhecer nosso trabalho e ajudar em nossa reconstrução acesse www.novafriburgo.apaebrasil.org.br ou entre em contato pelos telefones 2522-7158 e 2522-8670.
Somando esforços, subtraindo indiferenças, multiplicando o apoio, dividindo responsabilidades, o resultado será uma Nova Friburgo.
Maria das Dores Mello Pacheco, Dorinha
Presidente da Apae de Nova Friburgo
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