A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Nova Friburgo (Apae-NF) comemora 32 anos de luta, união, dedicação e amor ao próximo nesta sexta-feira, 6. “A Apae começou na cidade a partir do momento que descobri que o meu filho Rafael tinha microcefalia”, afirma a fundadora e presidente da instituição, Maria das Dores Mello Pacheco, a Dorinha.
Ela explica que inicialmente o levava para fazer tratamento no Rio de Janeiro, mas sentia a necessidade de montar em Nova Friburgo um grupo específico para crianças que sofriam de alguma deficiência mental. “Alguns pais de deficientes apoiaram a ideia. Assim como eu, eles estavam cansados de esperar pelo poder público e de ter que ir a outras cidades, pois não conseguiam tratar seus filhos aqui”, diz Dorinha.
Após ter diversas sedes e contar com a solidariedade de médicos que atendiam em seus próprios consultórios, em 1984, o então prefeito Heródoto Bento de Mello cedeu um terreno na Rua Ventura Spargolli, no Prado, para a instituição. Desde então, a Apae vem desenvolvendo no local as mais diversas atividades e atualmente presta atendimento a mais de 500 pessoas nas áreas de saúde, educação, ajustamento social e, inclusive, programas voltados à prevenção de doenças.
A equipe de profissionais da Apae soma 60 funcionários. No setor de saúde tem uma coordenadora, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, psicólogos, terapeuta ocupacional, assistentes sociais, pediatras, neurologista, dentista e auxiliar de dentista. A equipe de educação é integrada por uma diretora, psicopedagogas, coordenadora, pedagoga, professores, professores de capoeira, judô, educação física e informática, secretária da escola e auxiliares de classe. Já as equipes administrativa, de apoio e da gráfica são formadas por um contador, auxiliares administrativos e de comunicação, recepcionistas, faxineira, cozinheira, motorista, serviços gerais, gráfico e coordenador geral.
Reforma do complexo da entidade é o principal projeto
Condenado desde as chuvas que castigaram a cidade em 2007, o bloco de saúde da Apae começou a ser demolido no último mês. “Ganhamos um presente de aniversário. A construtora Odebrecht Engenharia e Construção se disponibilizou a demolir esse prédio e tirar todo o entulho”, conta Dorinha, que explica que assim como o bloco da educação que já está pronto, o da saúde e o da parte administrativa também serão construídos sobre pilotis, evitando assim que a Apae sofra com novas enchentes. Além disso, com o primeiro andar vago, a instituição tem a possibilidade de alugar o espaço como salão de festas para aniversários e casamentos. “Temos que nos adequar às condições do lugar. A nossa estrutura é boa, mas precisamos nos precaver”, diz a presidente.
Dorinha informa que a entidade continua buscando parcerias para finalizar todas as obras de seu complexo. Ela relembra que em meio a todo o caos provocado pela tragédia de 12 de janeiro, a Apae conseguiu retomar suas atividades graças ao apoio de seus diversos “amigos”, como ela se refere. “Toda a nossa equipe se empenhou, 90% das pessoas que atuam aqui tem curso superior. Mas na hora de nos ajudar ninguém se importou com isso. A água chegou a três metros de altura dessa vez. Graças ao empenho de nossos amigos conseguimos voltar a funcionar em 20 dias”, aponta.
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