Anos 80: lutas e conquistas na “década perdida”

Acianf solidarizou-se com os diversos movimentos liberais que pediam a redução dos tributos e a terceirização dos serviços públicos
sábado, 28 de outubro de 2017
por Jornal A Voz da Serra
José Vieira (Arquivo Acianf)
José Vieira (Arquivo Acianf)

As duas últimas décadas do século XX foram marcadas pelo retorno da democracia. Apesar das turbulências, o país chegou ao século XXI vivendo o mais longo período sob o regime democrático.

Se a democracia prevaleceu, o “bicho-papão” foi a inflação. E Nova Friburgo não ficou imune aos efeitos inflacionários. Durante esse período, a Acianf, ainda sob a liderança do Sr. José Vieira, solidarizou-se com os diversos movimentos liberais que pediam  a redução dos tributos e a terceirização dos serviços públicos.

Comumente, os anos 80 são chamados de “década perdida” no que se refere ao  desenvolvimento econômico. Esse  período  de  estagnação  formou-se com uma retração agressiva da produção industrial, vivido tanto pelo Brasil quanto por outros países da América Latina.

Neste panorama conturbado da economia, urgiram diversas tentativas de reformas monetárias e a adoção de planos, tais como o Plano Verão, Plano Bresser e Plano Cruzado. Porém, todas estas tentativas terminam em fracassos e os resultados demonstraram-se sem efetividade na manutenção da estabilidade econômica. No âmbito político, foi promulgada a Constituição de 1988 e o fim da ditadura militar. Desta forma, foi recuperada a participação da população nas eleições, que levou Fernando Collor de Melo ao poder no começo dos anos 90.

Em 1983, chegava ao fim o mandato de José Vieira, 16 anos à frente da diretoria da Associação. Seu substituto foi Carlos Rodolpho Fisher.  

Fischer e o apoio à micro e pequena empresa

Carlos Rodolpho Fisher, então diretor da fábrica de Rendas Arp, assumiu a presidência da Associação Comercial no ano de 1983. Uma das maiores preocupações do novo presidente era o fortalecimento da micro e pequena empresa. Assim sendo, em 4 de junho de 1984, lançava-se o Programa Estamos Aqui, através  do BD-Rio e do Ceag-Rio, salientando o apoio emergencial e financeiro às empresas, atendendo a dezenas de comerciantes e industriais, para que recebessem treinamento específico. Além disso, Acianf  e o CDL, em conjunto, colaboraram com a Embratel, à época, no lançamento do   Programa de Apoio à Pequena e Micro Empresa (Propeme), cuja finalidade era a de mostrar as vantagens de utilização da telecomunicação e teleinformática para a agilização e dinamização das empresas no controle de produção, estoques e vendas. Já era um prenúncio do boom da informática que viria acontecer na década de 90.

O mandato de Carlos Rodolpho Fisher chegou ao fim em 1985. O presidente eleito foi Antônio Américo Pecly Ventura, que já era vice-presidente de Carlos Fischer. Tony Ventura tomou posse em 15 de janeiro de 86. Homenageou a todos os que o antecederam e falou de seus planos de renovar a estrutura da Associação. Estiveram presentes o Prefeito Heródoto Bento de Mello, que ressaltou a importância da Associação para o município, e o vice-presidente da FACIARJ, Eurípedes Ribeiro.

Embora seja figura atuante até os dias atuais na Associação, Tony Ventura não completou seu mandato à frente da ACIANF. Em janeiro de 1987, pediu demissão por meio de uma carta irrevogável, na qual explicava que, devido à crise, deveria dedicar maior atenção aos seus negócios. José Mastrangelo assumiu, interinamente, a presidência.

Época de transição

O empresário José Aucar, proprietário da Papelaria Carioca, assumiu a presidência da Associação Comercial em janeiro de 1987.

No primeiro ano de mandato, o Sr. José Aucar era vice de Tony Ventura, dessa forma, assumiu automaticamente o cargo de presidente da Acianf. Já para o biênio seguinte, foi eleito presidente. De início, José Aucar preocupou-se em cuidar da apresentação da sede.

Primeiramente, foi feita a reforma do teto, cujas estruturas estavam à mostra. Em seguida, procedeu-se a instalação de um novo auditório e reforma dos móveis antigos, contando sempre com a ajuda dos parceiros e colaboradores, uma vez que a associação sozinha não dispunha de recursos para tal.

Com as reformas e modernizações desse  período, a Acianf passou a contar com sua própria aparelhagem de som, equipamento cuja locação gerava altos custos à época. Ademais, o espaço físico da sede passou a ser mais funcional, com auditório, sala de reuniões e gabinete do presidente.

Dessa forma, a instituição pôde continuar, além de ampliar, o serviço de assessoria jurídica aos comerciantes e aos pequenos empresários que estavam iniciando seus negócios.

 

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