Amigão-cão: cachorros esbanjam amor e aproximam as pessoas

Do seu lado ou na sua vida mesmo existem grandes exemplos da amizade canina
sexta-feira, 20 de julho de 2018
por Paula Valviesse (paula@avozdaserra.com.br)
Amigão-cão: cachorros esbanjam amor e aproximam as pessoas

Nas telinhas, a amizade entre cachorros e seus donos teve muitos desdobramentos. Quando Charlie Brown conhece Snoopy, ainda um filhote, escondido atrás de um balde dentro de um celeiro, é o início de uma das amizades mais famosas dos desenhos animados. Na ação policial “K9 - Um policial bom pra cachorro”, um novo parceiro muda completamente a vida de um detetive. Na produção mais recente “Quatro vidas de um cachorro”, a mensagem final do companheiro canino do personagem Ethan, vivido por Dennis Quaid, é arrebatadora: “Assim, em todas as minhas vidas como um cão, aqui está o que eu aprendi: divirta-se, obviamente. Sempre que possível, encontre alguém para salvar, e salve-os*”.

E não para por aí: os longas baseados em histórias reais trazem exemplos de companheirismo, lealdade, convivência e de um profundo laço de amizade, como no drama estrelado por Richard Gere “Sempre ao seu lado” ou o filme “Marley e Eu”.

Mas não precisa esperar por grandes produções para conhecer histórias assim. Do seu lado ou na sua vida mesmo existem grandes exemplos da amizade canina.

Aline Macedo Lima, por exemplo, vive uma relação linda com o seu companheiro Hugo, um west-highland/white-terrier super simpático de 7 meses de idade. A amizade começou com um reconhecimento imediato e muitas lambidas. Aline, que resolveu abrir seu coração a um novo amigo após a morte da sua cadelinha Ninna, uma poodle que viveu até os 11 anos de idade, conta que o relacionamento com Hugo trouxe mudanças, mas também muito amor para sua vida.

“Quando recebi as primeiras fotos daquele filhotinho que mais parecia um ursinho de pelúcia, eu já sabia que ele era meu. Quando cheguei para buscá-lo, fui recebida com milhões de ‘lambeijos’ de felicidade e fofura. Além de aprender a lidar com um ‘bebê’ levado, Hugo é um cachorro extremamente diferente de todos que conheci: ele é extremamente companheiro, adora estar por perto e, ao mesmo tempo, é ligado nos 220 volts e superindependente. Então tive que adaptar minha rotina às necessidades dele: os passeios diários e brincadeiras. Passamos cerca de 30 minutos por dia jogando bola. Mas tenho certeza de que tenho um companheiro para todos os momentos: ele é meu pacotinho e vai para todos os lugares comigo”.

Quando perguntada sobre um história marcante com Hugo, Aline ri e vasculha a memória, tantas são as aventuras da dupla: “Temos diversas histórias bem divertidas, mas uma das melhores talvez seja o dia em que descobrimos que Hugo assiste a televisão. Pegamos ele paradinho em cima do sofá olhando a TV e virando o rostinho para um lado e para o outro, como ele faz quando está tentando entender algo. Mas não pode aparecer outro cachorro ou qualquer outro animal na TV que ele quase derruba o rack e procura o suposto animal pela casa inteira”, diverte-se.

Ah, e Hugo também faz suas próprias amizades. Participa de festas de aniversário canino e tem até rede social. E com isso ele também aproxima a dona de novas pessoas, novos amigos: “Sempre tem um aniversário canino, onde a cachorrada e os pais, que já viraram nossos amigos, se encontram. Além disso, Hugo sempre está presente nos lugares pet friendly da cidade, como cafés e restaurantes. E, através das redes sociais, ele mantém amizade com os dogs do Brasil inteiro. Já fizemos amigos em Recife, São Paulo, Porto Alegre... Tudo por causa do amor em comum pelos cães. O mais legal é que, quando viajamos, estamos sempre tentando promover o encontro com os amigos e seus cachorros que conhecemos pela internet e moram longe daqui”, conta Aline.

Júlia Quintanilha Pessoa e sua linda e estilosa bulldog-francês Champagne estão juntas faz um ano. A amizade nasceu de forma inesperada, em uma temporada de trabalho da Júlia em uma loja em Cabo Frio, onde uma pessoa sugeriu a troca de filhotes por móveis. Champagne e a irmã, Charlotte, foram adotadas então pelo proprietário do estabelecimento e por Júlia, e mantém contato frequente, mesmo morando em cidades diferentes.

“Ela chegou à minha casa com 60 dias, mas parece que já tem uma vida, já não me imagino sem ela. A Champagne preencheu um espaço que eu nem sabia estar vazio. Hoje tenho um ‘bebê’ dentro de casa. A adoção trouxe muitas responsabilidades, mas diversos benefícios também. Com ela vieram os brinquedos, as idas regulares ao veterinário, móveis roídos, preocupações e ainda o enriquecimento ambiental e o amor... muito amor”, conta Júlia.

E essa relação deu muitos frutos: “A Champagne me trouxe algo muito maior: a retomada de um sonho. Após anos afastada, eu reabri minha matrícula na faculdade de veterinária, graças a ela, que me despertou novamente o interesse e amor por essa profissão maravilhosa e pelos animais (nunca deixei de tê-los, mas passei quase oito anos afastada da universidade). Por causa dela também fiz muitos amigos, como o Augusto e a Raíssa, a Aline, a Fátima e tantos outros que guardo com muito carinho. Já temos até um grupo: Os Cachorrreiros de Friburgo”.

E dentre todas as aventuras dessa dupla, Júlia destaca um momento travesso da Champagne: “O adestrador vive dizendo que a Champagne precisa de enriquecimento ambiental e de se manter ocupada o tempo todo, assim não destruirá as coisas. Aos poucos fui liberando mais espaços da casa para ela ter acesso. Um dia estava tomando banho e ouço minha irmã gritar. Saí correndo para ver o que estava acontecendo e escutei: ‘Olha a cor dessa cachorra!’. Quando consegui entender o que estava acontecendo, vejo Champagne toda coberta de lama, rolando no tapete. Então descobri que havia um pequeno vazamento de água na minha recém-montada horta orgânica e que, não satisfeita de ter comido todas as hortaliças, ela ainda rolou na lama”.

 

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